segunda-feira, 12 de setembro de 2011

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Rio passa São Paulo e já atrai nais investimentos | Os Amigos do Brasil

 

Rio passa São Paulo e já atrai nais investimentos

Domingo 11, setembro 2011

Com os novos negócios do pré-sal, o reaquecimento da construção naval e da siderurgia, mais as obras previstas para as olimpíadas, o Rio passou à frente de São Paulo e de Minas, tornando-se o estado que mais recebeu investimentos no país em 2010. Levantamento de projetos anunciados por empresas estrangeiras e nacionais, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, mostra que o Rio recebeu US$ 18,45 bilhões, enquanto São Paulo ficou com US$ 10,4 bilhões. Os americanos são os maiores investidores estrangeiros no estado. “O Rio hoje é a capital das novas oportunidades”, diz Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial da Firjan. Mas economistas e empresários alertam que, para garantir um desenvolvimento sustentável, o estado precisa de melhorias em infraestrutura, educação e saúde, além de políticas voltadas para o fortalecimento de pequenas e médias empresas.

 

Com pré-sal e Olimpíadas, estado atrai US$18 bi e lidera investimentos no país

 

ORio de Janeiro se converteu em um polo de atração de investimentos e passou a ser a unidade da Federação que mais receberá recursos nacionais e estrangeiros nos próximos anos. De um total de US$268,8 bilhões anunciados para o Brasil em 2010, o Rio recebeu US$18,45 bilhões, saindo da 3ª posição em 2009 e indo para a 1ª no ano seguinte, segundo o Relatório de Anúncios de Projetos de Investimentos (Renai) de 2010, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), ao qual O GLOBO teve acesso. O estado passou à frente de Minas Gerais e São Paulo, que receberam, respectivamente, US$10,6 bilhões e US$10,4 bilhões.

A locomotiva desses investimentos bilionários é o petróleo na camada do pré-sal e o que a descoberta representa em termos de formação de cadeias de fornecedores dos mais variados segmentos da economia, como construção naval e siderurgia. Os americanos são os maiores investidores estrangeiros, com projetos específicos e em parceria com empresas brasileiras.

Atualmente, há projetos espalhados por todo o estado. Em São João da Barra, no Norte Fluminense, destacam-se a construção de uma usina para a produção de placas de aço pela Ternium, no valor de US$6 bilhões, além da construção do Superporto do Açu, que vai consumir outros R$3,4 bilhões. Em Itatiaia, no Sul do estado, a Michelin destina R$1,1 bilhão a uma fábrica de pneus e a Procter & Gamble vai ampliar seu centro de distribuição. A MAN Latin America, fabricante de caminhões e ônibus Volkswagen, investe R$150 milhões na ampliação de sua unidade fabril de Resende.

Em Angra dos Reis, a Technip destina R$700 milhões na ampliação do porto da cidade. Já a Rolls Royce vai destinar US$60 milhões para construir fábrica de geradores de turbinas para a produção de energia em plataformas de petróleo em Santa Cruz.

Cresce o interesse de estrangeiro

O coordenador do Renai, Eduardo Celino, destaca que o mercado fluminense conta também com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016:

- A força de atração do Rio e o interesse dos investidores no Brasil como um todo mostram a confiança das empresas.

Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial e Investimento do Sistema Firjan, ressalta que o Rio nunca recebeu tanto investimento. Nos próximos três anos, receberá ainda R$181 bilhões. E destaca a criação de centros tecnológicos e a implantação de fábricas do setor de energia.

- Copa e Jogos representam uma parte, já que o petróleo recebe muitos recursos. Além disso, destaque para o setor de infraestrutura, como o Superporto de Açu. O setor naval é outro segmento que renasce. O Rio é hoje a capital das novas oportunidades.

A Wärtsilä, empresa finlandesa que atua no setor naval e na geração de energia, tem planos ousados para o Rio. Além de investir US$12 milhões em uma fábrica em Itaguaí, destina R$15 milhões a um novo centro de manutenção, que ficará em Niterói. O espaço ficará pronto em setembro de 2012. Além disso, prepara uma nova sede, no Centro do Rio.

- Temos 250 funcionários. Mas queremos triplicar esse número até 2013, pois temos plano de expansão para Macaé. Embora haja recursos aqui, buscamos recursos diretos na matriz. Há dois gargalos no Rio, como a falta de espaços na cidade e a falta de mão de obra. Existe qualidade, mas não quantidade – diz Robson Campos, presidente da Wärtsilä.

- De olho no crescimento do consumo consciente, investi R$2 milhões em uma fábrica em Maricá para a produção de aerogeradores (de energia eólica) – diz Luiz Cézar Pereira, fundador da Enersud.

Faltam terrenos para empresas

Segundo cálculos da Rio Negócios, agência oficial de promoção de investimentos da cidade, 14 empresas já investiram R$1,8 bilhão no Rio, gerando 1,2 mil empregos diretos desde maio de 2010. Para os próximos 18 meses, já estão acertados R$1,3 bilhão em recursos e a promessa de 4,2 mil postos de trabalho.

– O que mais surpreende é que todo o estado está recebendo investimento. Se antes os recursos eram concentrados em commodities, agora é mais diversificado. O número de missões de empresas estrangeiras é recorde. Em 2010, foram 63. Este ano, até setembro, chega a 53 – diz Prado.

Um exemplo desse bom momento é o Parque Tecnológico da UFRJ, que não tem mais espaço para receber empresas. Nos últimos dois anos, diversas companhias se instalaram no local. Na lista, a francesa Schlumberger, as americanas Baker Hughes e FMC Technologies, do setor de petróleo e gás, e a Usiminas, do setor siderúrgico, além das multinacionais Halliburton e Tenaris Confab. EMC, BG e Siemens venceram a licitação pelos últimos três terrenos disponíveis.

- Não temos mais terreno para empresas de grande porte. Temos um espaço de 20 mil metros quadrados, onde vamos criar a Torre da Inovação, e alugar para pequenas e médias empresas. Estamos conversando com o Exército para ampliar a área do parque. Esperamos que as conversas estejam concluídas até o fim do ano. Há uma ideia de levar o parque para outras áreas, como Benfica e Bonsucesso – diz Mauricio Guedes, diretor do Parque Tecnológico da UFRJ.

Em São João da Barra, a LLX, responsável pelo Superporto do Açu, tem 70 negociações em andamento com empresas dos mais variados setores.

- São empresas que querem investir no Rio – diz o presidente da LLX, Otávio Lazcano.

É a segunda vez que o Rio lidera a lista de maior receptor de investimentos produtivos. O estado esteve em primeiro lugar em 2005. O Renai passou a ser elaborado pelo MDIC, em 2003. Celino destacou que as informações, de forma geral, acompanham os números do IBGE sobre formação bruta de capital fixo (investimentos) e de análises de projetos e desembolsos.

Com Rio, Minas e São Paulo à frente, o Sudeste é o principal destino dos investimentos: 15% do total (US$40,3 bilhões). Coube ao Norte US$18,1 bilhões, devido à Zona Franca de Manaus. No Nordeste, Pernambuco é o destaque, com investimentos de US$7,3 bilhões em equipamentos de transporte e na produção de veículos. Rio Grande do Sul foi o principal destino do Sul (US$5,3 bilhões). Globo

 

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