quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Serra: mais um lance errado do PSDB (se não o pior)

PSDB: a derrota, Serra vencendo ou não | Brasilianas.Org

 

PSDB: a derrota, Serra vencendo ou não


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Em xadrez há uma máxima: quando um jogo começa errado, termina errado. A posição do jogador no meio da partida depende dos erros ou acertos da abertura.

Ocorre o mesmo com os partidos políticos.

Tome-se o caso do PSDB paulista. Desde a morte de Mário Covas afastou-se definitivamente de qualquer projeto legitimador popular. O estilo elitista de FHC e seus acadêmicos, manifestado nos menores gestos, impregnou toda a máquina partidária. Cada vez mais o partido se fechou nos gabinetes, sujeitando-se apenas à influência de aliados próximos. Com José Serra, esse isolamento foi levado ao paroxismo.

O desprezo por tudo que simbolizasse participação, compartilhamento de decisões, levou ao isolamento e, depois, ao definhamento da militância. E, pior, ao fim da veleidade de se lançar novos quadros, permitindo a renovação.

Essa renovação poderia se dar a partir dos municípios, revelando novas práticas dos prefeitos tucanos que, eventualmente, pudessem ser incorporadas pelo partido. Nada foi feito. No governo Serra um secretário se vangloriava de ter instituído um sistema automático para acolher demandas de prefeitos e comunicar liberações, sem que fosse necessária a presença física deles no Palácio. Até prefeito tucano dava urticária em Serra. Aliás, até reunião de secretariado o incomodava, tanto que não se tem notícia de uma reunião sequer de articulação de trabalhos.

Sem renovar ideias, sem lançar novos quadros, sem desenvolver sequer um modelo eficiente de gestão - a mística da boa gestão paulista é meramente um tigre de papel jornal - o PSDB chega à penúltima cidadela - a prefeitura de São Paulo - tendo que se render ao pior aliado que poderia buscar: José Serra.

Sem Serra, seria o ruim: nenhum candidato com chances objetivas de vencer as eleições.

Com Serra, será o pior. Mata-se qualquer possibilidade de reavivamento da militância, de mudar a natureza do partido (tenho para mim que é tarefa inglória: o PSDB entrou em um beco sem volta).

Serra é o chamado objeto universal de ódio. O ódio dos petistas é seu trunfo. Aliás, é o cimento de suas relações com jornais e colunistas: uma aliança fundada apenas no negativismo. Mas também acumula o ódio de Alckmin, do PSD, do DEM, da militância tucana paulista, do PSDB nacional, de Aécio.

Não tem lealdade com o PSDB como não terá com o PSD e com Kassab, se eleito. A não ser que seja do seu estrito interesse.

Geraldo Alckmin terá na prefeitura um inimigo disposto a torpedeá-lo 20 horas por dia - as 4 horas restantes serão dedicadas ao extermínio de jornalistas críticos.

Gilberto Kassab joga todas suas fichas em uma aposta sem futuro. Se Serra perde, Kassab está fora do jogo, sem caixa da prefeitura para turbinar o partido, sem interlocução no governo federal e alvo da ira de todos os correligionários. Joga fora o futuro - uma aliança com Eduardo Campos, provavelmente o mais promissor político brasileiro fora dos quadros do PT - por um compromisso com o passado.

Tudo isso foi digerido em nome de um risco maior: perder a prefeitura de São Paulo para o PT.

E qual a razão do PSDB paulista ter hipotecado seu futuro em favor do curto prazo? Provavelmente a convicção de que esse futuro não mais existe.

 

 

Acorda paulistanos, Serra não quer ser prefeito.

 

Serra realmente delira, ele quer o 3º turno da eleição de 2010! E o paulistano vai cair nessa?

Serra não quer ser prefeito, ele quer nacionalizar a eleição de 2012 para a prefeitura de São Paulo.



Ele, em seu delírio alucinógeno, acha que, na hipótese remota de vencendo o PT em São Paulo, seja sagrado presidente.



Que drogas ele está usando? O paulistano quer um prefeito que pense no melhor para a cidade!!!!!





Acorda paulistanos, Serra não quer ser prefeito!!!









Haddad neles!!!!

 

Serra quer mesmo é abandonar o PSDB

Kassab diz que Serra deixará PSDB se for eleito - Notícias

 

 

Kassab diz que Serra deixará PSDB se for eleito

 

Em seus diálogos privados, Gilberto Kassab informa que, se for eleito para a prefeitura de São Paulo, o tucano José Serra vai romper com o PSDB e abandonar os quadros da legenda.

Na versão difundida por Kassab nos subterrâneos, Serra pretende articular a formação de um novo partido. A base dessa legenda seria o PSD. Ao partido presidido por Kassab seriam incorporadas outras agremiações.

Nesses diálogos travados a portas fechadas, Kassab repete algo que disse sob holofotes. Segundo ele, Serra não cogita disputar a Presidência da República em 2014. Planeja dedicar-se à prefeitura.

oOo

Em conversa com o blog, um dos ouvidos que escutaram Kassab juntou as duas pontas da argumentação e concluiu: não faz nexo. Indaga-se: por que Serra iria à nova legenda se não pretendesse ressuscitar o projeto presidencial que o PSDB lhe sonega?

A interlocutores petistas, Kassab adiciona outro dado. Afirma que, em São Paulo, sua aliança é com Serra, não com o PSDB. Diz não ter compromisso, por exemplo, com a reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin.

Reitera que, no plano federal, nada muda. O seu PSD continuará atuando no Congresso como força auxiliar do governo Dilma Rousseff. Lamenta que tenha desandado a negociação que o levaria a apoiar Fernando Haddad na capital paulista.

Kassab atribui ao próprio PT o malogro da articulação. Recorda que, antes do Carnaval, aconselhara ao petismo que apressasse o fechamento do acordo. Rememora detalhes das conversas que manteve com Lula e Dilma Rousseff.

Dissera a ambos que, se Serra entrasse no jogo, não teria como se esquivar de apoiá-lo. Achava que, selado o acordo do PSD com o PT em torno da candidatura de Haddad, o amigo tucano não seria candidato hoje. A demora do petismo, diz ele, trouxe Serra à disputa.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Serra parece um monstro mais é um coitado

Serra não é o dono da bola, por Maria Inês Nassif | Brasilianas.Org

 

Serra não é o dono da bola, por Maria Inês Nassif


Da Carta Maior

Serra não é o dono da bola

A adesão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) à candidatura de José Serra (PSDB) é apenas o começo do jogo. O tucano tem que enfrentar uma alta rejeição, inventar um discurso que não seja o udenista e convencer o eleitor que não vai vencer e dar o seu mandato para o vice.

Ao contrário do que diz o senso comum, de que não existe páreo para José Serra nas eleições de outubro, o fato é que a candidatura do tucano está longe de ser um passeio. A aliança com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), serve para não rachar o eleitorado conservador - e era isso que o PT queria quando negociava com o prefeito a adesão à candidatura de Fernando Haddad. O PSD, todavia, não agrega voto não conservador. PSDB e PSD bebem do mesmo copo. A opção de Kassab não divide, mas também não acrescenta.

p class="texto">Era tentadora para o PT a adesão de Kassab à candidatura petista de Fernando Haddad. Pelos cálculos do partido, ela poderia balançar a hegemonia tucana na capital, mantida pela alimentação do conservadorismo de uma classe média facilmente influenciável por um discurso de caráter udenista - que colou no PT a imagem da desonestidade, pelo menos em redutos conservadores -, e que tem uma certa aversão a mudanças. Rachar o eleitorado conservador e agregar a ele o voto não conservador aumentariam, em muito, as chances de vitória do PT. A ausência do apoio do PSD, todavia, não definem a derrota do PT antes mesmo que se inicie, de fato, o processo eleitoral. Votos conservadores do PSDB, somados aos votos conservadores do PSD, podem manter o status quo dos dois grupos junto à direita paulistana, mas não bastam para arregimentar o eleitorado de centro que, em polarizações recentes, tem se inclinado favoravelmente a candidaturas tucanas (ou antipetistas).

O jogo só começou. O PT tem dificuldades na capital paulista, mas Serra não nada em águas calmas. Kassab sai do governo desgastado por sete anos de gestão que não provocaram grandes entusiasmos no eleitorado paulistano (inclusive no que votou nele). A única utilidade do pessedista nessas eleições, estrategicamente, é somar (ou não) o seu eleitorado conservador ao eleitorado conservador de Serra.

O desgaste não é unicamente de Kassab. Serra disputa essa eleição por uma questão de sobrevivência e aposta numa vitória que o fará novamente influente no PSDB, a sigla que deseja para concorrer à Presidência em 2014. Pode perder a aposta, e com isso se inviabilizar por completo no partido. Seu Plano B, o PSD, não o contém mais - para lá afluíram lideranças políticas de oposição que queriam aderir ao governo da presidenta Dilma Rousseff (há uns tempos, Serra encontrou num evento um articulador do PSD e perguntou como ia o "nosso partido". O político respondeu polidamente, mas quando conta a história não consegue evitar um 'nosso de quem, cara pálida. Nós somos Dilma'). Serra leva o PSD para o seu projeto de poder municipal na capital paulista; não o leva para um projeto nacional de disputar novamente a Presidência da República.

O candidato tucano também vai ter de lidar com o fato de que foi eleito prefeito em 2004, ficou dois anos no poder para se candidatar a governador e, eleito em 2006, abandonou o cargo para disputar a Presidência. Isso não é muito simpático para o eleitorado: é vender uma mercadoria e entregar outra. Tem ainda que resolver, do ponto de vista do marketing político, o que pode colar no adversário, sem lançar mão do discurso anticorrupção. Vai ser muito complicado para o candidato tocar nesse assunto com o livro de Amaury Ribeiro Jr., “Privataria Tucana”, ainda na lista dos mais vendidos. A soma dos problemas que Serra terá numa campanha não autorizam, portanto, apostar que um simples discurso antipetista resolva uma rejeição que já é grande e tende a aumentar.

O quadro eleitoral paulistano, antes da definição da candidatura de Fernando Haddad para a prefeitura, era de absoluta fadiga de material. Existiam dois candidatos "naturais", Serra, pelo PSDB, e Marta Suplicy, pelo PT, ambos com alto grau de rejeição. A vitória se daria pela polarização, que chegou ao limite nas últimas eleições, ou se abriria espaço para novas lideranças que fugissem do clima de radicalização, mantido na conservadora capital paulista como uma caricatura da polarização nacional.

Se a adesão de Kassab pode evitar o racha da classe média conservadora paulistana nas eleições, o que favorece Serra, sua adesão aos tucanos tem o seu efeito colateral: permite que não se dividam os votos do PT na periferia, que são Marta (que não queria dormir e acordar de mãos dadas com Kassab) e família Tatto (cujo membro mais importante, Jilmar, ganhou a liderança na Câmara dos Deputados depois que desistiu de sua pré-candidatura). No dia seguinte ao recuo de Kassab, que já estava quase no barco petista remado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT tinha mais chances de reunificar o seu eleitorado de periferia. Haddad não pode prescindir de Marta e Tatto na sua campanha. E ambos não podem achar que o candidato neófito em política não tem chances. 

Haddad tem índices pequenos de declarações de voto nas pesquisas até agora feitas, mas jamais disputou eleição. O processo eleitoral o definirá como candidato do PT e, principalmente, de Lula. E ele não tem rejeição própria, como é o caso de Marta Suplicy, que já se expôs muito à classe média paulistana, que tem com ela grandes diferenças. A vantagem de Haddad é que, na primeira disputa eleitoral, terá apenas a rejeição que já é do seu partido. Não agregará a ela nenhuma outra que lhe seja própria. Pelos índices de rejeição exibidos até agora por Serra e Marta (que foi incluída nas pesquisas feitas até agora), isso já é uma grande vantagem.

A hipótese de que surja um terceiro nome, no espaço aberto pela rejeição a Serra e pelo antipetismo, é altamente improvável. O PMDB de Gabriel Chalita não existe há muito tempo na capital e no Estado. Celso Russomano (PRB) tem maior exposição que Haddad, mas não tem partido. O eleitorado que era malufista não foi herdado pelo PRB, mas incorporado pelos políticos petistas, que ganharam a periferia com políticas sociais do governo Marta Suplicy, em São Paulo, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e com o método tradicional de arregimentação usado pela família Tatto.

O voto conservador é forte em São Paulo, mas não faz milagre. Apenas o sorriso de Serra não ganha uma eleição.

(*) Colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo.

 

 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Tucano gosta mesmo é de sujeira

O PSDB gosta mesmo é do chiqueiro, como podem?

José Serra será o candidato do PSDB a prefeitura de SP.

O rei da baixaria, o zé bolinha de papel, o candidato a santo mais demoníaco que já se viu.

O personagem mais repugnante da história política recente, a maioria do PSDB não gosta dele, pra você ter uma ideia.

O cara que nunca cumpriu um mandato. O ministro do FHC culpado pelo apagão.

E pior: o REI DA PRIVATARIA, o cara que entregou o nosso patrimônio em trocas de propinas.

Candidato no meio da CPI da Privataria.

Esse é o PSDB. ts ts ts 


Hadadd neles!

Qual será o jornal brasileiro que faz parte da inteligência norte-americana?

Jornal brasileiro seria parceiro de empresa de inteligência | Brasilianas.Org

 

Jornal brasileiro seria parceiro de empresa de inteligência


Por Stanley Burburinho

Veja o e-mail vazado pelo WikiLeaks que mostra que existe um grande jornal brasileiro que é parceiro de uma empresa que fornece serviços de inteligência confidenciais para grandes corporações dos EUA e também para e agências governamentais, incluindo o Departamento de Segurança Interna dos EUA , os fuzileiros navais dos EUA e Agência de Inteligência de Defesa dos EUA.

Do WikiLeaks

The Global Intelligence Files

Na segunda-feira, 27 fevereiro de 2012, o WikiLeaks começou a publicar “Os Arquivos Globais de Inteligência”, mais de cinco milhões de e-mails do Texas sede da empresa de "inteligência global" Stratfor. Os e-mails datam entre julho de 2004 e final de dezembro de 2011. Eles revelam o funcionamento interno de uma empresa que atua como uma editora de inteligência, mas fornece serviços de inteligência confidenciais para grandes corporações, como a Dow Chemical Co. de Bhopal, a Lockheed Martin, Northrop Grumman, Raytheon e agências governamentais, incluindo o Departamento de Segurança Interna dos EUA , os fuzileiros navais dos EUA e Agência de Inteligência de Defesa dos EUA. Os e-mails mostram a teia de informantes da Stratfor, estrutura de pagamento, técnicas de lavagem de pagamento e métodos psicológicos.

LEMBRETE da Confederação - Lista de Anseios do Brasil E-mail ID-5502132
Data: 2011/12/05 15:33:37
De: allison.fedirka @ stratfor.com
Para: econ@stratfor.comlatam@stratfor.com
Lista de nomes-econ@stratfor.com

Estarei enviando a lista de orientações para o nosso parceiro Confederação amanhã. Obrigado a todos aqueles que responderam. Incluí e exemplifiquei uma lista de itens no final deste e-mail. Por favor, sintam-se livres para fazer alterações ou adicionar qualquer coisa ao e-mail.
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Oi a todos,
 

Ontem me encontrei com um parceiro da confederação brasileira, um grande jornal daqui. Ontem me encontrei com o POC (POC (Militar) = Point Of Contact: Ponto de Contato - http://wikileaks.org/wiki/POC_(military)) [ponto de contato] principal, bem como o cabeça do jornal para discutir como poderíamos tornar a nossa parceria mais produtiva.

Uma das coisas que o jornal solicitou de nós foi uma lista de itens específicos de nosso interesse. Nosso POC (ponto de contato) está disposto a nos colocar em contato com vários repórteres que são especialistas em nossas áreas de interesse. Essas pessoas estarão disponíveis para bate-papos em geral e também questões específicas.

Então, o que eu preciso é de uma lista de itens que nos interessam. É necessário que tenha um bom equilíbrio entre específico versus geral.

Depois de pronto, eles terão uma idéia melhor de quem colocarão em contato com a gente. Então, poderemos enviar perguntas específicas, por exemplo: como é que o derramamento de petróleo pela Chevron afeta os regras do petróleo?

Ontem eu conheci pessoas que podem ajudar com a macroeconomia / política, infra-estrutura e política brasileiras. Então, essas seriam boas áreas para se obter alguns itens de nosso interesse. Esta lista será útil tanto para a cooperação e para atualização da nossa orientação. Gostaria de obter essa lista para o nosso POC na segunda-feira da próxima semana ou terça-feira no mais tardar.

Obrigado,
Allison

ECONOMIA
- A decisão política sobre crescimento, inflação
- Disputas comerciais com a Argentina
- Relação com a China; investimentos em energia, dumping de mercadorias, concorrência no setor

INFRA-ESTRUTURA
- Modernização dos projetos portuários
- Medida a ser implementada para se certificar de que os projetos da Copa do Mundo serão concluídos dentro do prazo

DEFESA
- Os exercícios militares na fronteira
- 13 tratados com os países fronteiriços para coordenar os esforços na luta anti-droga
- Qualquer pressão sobre os orçamentos militares em face de restrições financeiras

Política brasileira
- Remodelação do gabinete em Janeiro[2012, acredito – posse de Dilma]
- Resultados e conseqüências da votação para divisão do estado do Pará.

 

 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O carnaval de Aécio e Serra

Vou contar onde o Serra e o Aécio (inimigos mortais) foram pra "folia":

1) Serra se mandou para Buenos Aires (Argentina), e de lá ficou tramando contra as prévias do PSDB para a prefeitura de São Paulo. FHC ficou sabendo e quase teve um enfarte de tanta raiva.


2) Aécio foi pra Miami (EUA), lá ele pode beber e "otras cositas más" sem correr o risco de , pausa para o riso, manchar sua imagem.

Em vez de querer mostrar responsabilidade no carnaval, ele resolveu fugir pra se embebedar ( e otras cositas más). E esse cara é a esperança para o PSDB kkkkkkkk

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Lula, o maior inimigo da Rede Globo

Brasil queVai!: A má fé da Globo no desfile da Gaviões

 

A má fé da Globo no desfile da Gaviões

Este é talvez o carnaval mais desafiador para as Organizações Globo. Isso porque depois de haver sido alçada á condição de monopólio midiático, pelo persistente apoio do governo americano e do regime militar que se instou no País entre 1964 e 1986, foi a primeira vez que a empresa viu-se obrigada a narrar um desfile de carnaval em homenagem ao seu maior adversário, o ex-presidente Lula da Silva.

 

Foi aparente a contrariedade da emissora ao mostrar e comentar com menor destaque a apresentação da escola de  samba que levou a homenagem ao ex-presidente para a avenida. Nos breves comentários que fizeram, os locutores não deixam de enfatizar o fato de que o homenageado “não esteve presente devido a um câncer na garganta”, como que querendo atribuir a homenagem não ao mérito do homenageado, mas a uma espécie de despedida de alguém  à beira da morte.

 

As tomadas à distância, o quase ocultamento do carro simbolizando Brasília, o foco nas fantasias em negro e o destaque à águia dos gaviões da fiel, acompanhada do comentário de tratar-se de uma ave de rapina, foram todos artifícios de que se valeu a inescrupulosa emissora para diminuir o brilho do desfile de alegorias que cercou a figura de Lula da Silva.

 

Mas ainda assim os narradores da televisão tiveram que relatar cada um dos momentos da vida do homem público, representados pelas diferentes alas que percorreram a avenida do desfile: o menino pobre, o jovem operário, o líder sindical e, por fim, o festejado presidente do Brasil.

 

No afã de diminuir o impacto da Gaviões na passarela, os apresentadores da Rede Globo insistiram em fazer um contraponto de seu desfile, propositalmente sombreado, com o de outra escola que se valeu de apelos religiosos e pacifistas na evolução. Foi o modo de a emissora fazer passar as alegorias em homenagem a Lula da Silva como associadas a algo que não era exatamente o bem, este fixado nos motivos da outra escola.

 

A despeito de todo engenho de que a Globo utilizou-se para que a apresentação do escola parecesse menos grandiosa do que era, não conseguiu evitar que ao final em seus estúdios um comentarista, contratado entre sambistas, chorasse e dissesse diante das câmeras que era esse o carnaval mais lindo da vida dele.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Com FHC, o FMI mandava no Brasil

A proposta de venda do BB no acordo com o FMI | Brasilianas.Org

 

A proposta de venda do BB no acordo com o FMI


Por Waldyr Kopesky

Acordo de 1998 com o FMI referendava compromisso de "alienar" BB, CEF e BNDES

Nassif, viu isso? É a minuta de um "Acordo Stand By" do Brasil com o FMI à época (1998), comprometendo-se a fazer ajustes fiscais e medidas regulatórias futuras no sistema financeiro nacional que incluiriam a privatização de estatais (com seus ativos incluídos) como BB, CEF e até mesmo o BNDES! Isso em troca de mais linhas de crédito junto à instituição, o que apenas aumentaria ainda mais a dívida externa brasileira e reduziria drasticamente a estrutura governamental de ação e regulação junto ao sistema financeiro - justamente o que nos salvou da crise de 2008. O documento todo é explosivo (pelo tom de submissão e complacência), mas vale citar o item 18:

"...Com determinação, o governo dará continuidade à sua política de modernização e redução do papel dos bancos públicos na economia. O Banco Meridional uma instituição federal foi privatizado em 1998 e, em 1999, o sexto maior banco brasileiro, o BANESPA, agora sob administração federal, será privatizado. Ademais, o Governo solicitou à comissão de alto nível encarregada do exame dos demais bancos federais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, BNB e BASA) a apresentação até o final de outubro de 1999 de recomendações sobre o papel futuro dessas instituições, tratando de questões como possíveis alienações de participações nessas instituições, fusões, vendas de componentes estratégicos ou transformação em agências de desenvolvimento ou bancos de segunda linha. Essas recomendações serão analisadas e decisões serão tomadas pelo Governo antes do final do ano, sendo que as determinações serão implementadas no decorrer do ano 2000..."

O link para o texto inteiro é esse:http://www.fazenda.gov.br/portugues/fmi/fmimpe02.asp

É grave a revelação desse documento, pois deixa claríssimo as reais intenções do governo de então em relação ao que ele imaginava ser o futuro do País, não acha? E desmonta todo o discurso de que a política de Lula seguiu à risca a cartilha econômica de FHC e que, esta, nos levaria inequivocamente à posição e cenário privilegiados do Brasil, hoje...

P.S.: aliancaliberal, um detalhe: atacar a fonte para desqualificar a denúncia é desespero - e defender o indefensável dessa forma é condenar a sua reputação de isento em nosso meio...Será que vale a pena?

 

 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Alckmin aprova o higienismo: "Coronel do Pinheirinho é condecorado pela PM tucana"

Coronel do Pinheirinho é condecorado pela PM tucana | Conversa Afiada

 

Coronel do Pinheirinho
é condecorado pela PM tucana

    Publicado em 15/02/2012

     


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Pinheirinho: medalha de honra

O Conversa Afiada reproduz e-mail que recebeu do amigo navegante Murilo Henrique:

Paulo, eu confirmei a informação que lhe mandei anteriormente por e-mail, sobre a Medalha entregue ao Coronel Messias. Falei com a secretária dele e, por fim, a comunicação social da PM de São José dos Campos confirmou.

O ilustre coronel, que comandou o massacre do Pinheirinho, no dia 22 de janeiro deste ano, foi condecorado dias depois, 09/02, com a medalha Paul Balagny, entregue pela Diretoria de Ensino e Cultura da PM. A condecoração, instituida em 2006 por uma lei estadual, é destinada a personalidades civis e militares com destaque na promoção da cultura
.

O Coronel ficou mundialmente conhecido pela operação do Pinheirinho. Segundo ele, a culpa pela violência na desocupação da comunidade seria dos “vandalos” que lá moravam, conforme públicou o inglês de The Guardian, no dia 23 de janeiro.  

Abs!


VERGONHOSO: COMANDANTE DO MASSACRE DO PINHEIRINHO É CONDECORADO!


O Coronel Messias, que comandou a desastrosa operação de despejo do Pinheirinho, recebeu na última semana uma condecoração da Polícia Militar de São Paulo.


Trata-se da Medalha Paul Balagny, destinada a personalidades que “tenham se destacado por relevante contribuição às ciências, letras, artes e cultura, resultando em benefício à Policia Militar do Estado de São Paulo”. É o fim da picada.


O evento ocorreu dia 9/2, menos de 20 dias após o massacre, no Anhembi.


É importante lembrar que ainda existem 5 pessoas desaparecidas desde o despejo, sendo procuradas por seus familiares: Josefa de Fátima Jerônimo / Gilmara Costa do Espírito Santo, Beto (esposo) e Lucas Costa do Espírito / Mateus da Silva.  Há ainda o caso de Ivo Teles dos Santos – 75 anos. Ficou desaparecido por 9 dias, sendo encontrado na UTI de Hospital de São José, com traumatismo craniano, devido a agressões. Está ainda em estado grave.


É necessário denunciar este fato vergonhoso.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Esse post é dedicado aos leitores da Veja

"Brasil, mostra a tua cara!": E é preciso um estudo para provar o que todos os dias vivenciamos?

 

E é preciso um estudo para provar o que todos os dias vivenciamos?

PESSOAS DE ESQUERDA SÃO MAIS INTELIGENTES QUE AS DE DIREITA, APONTA ESTUDO



Um polêmico estudo canadense que inclui dados coletados por mais de 50 anos, diz que as pessoas com opiniões políticas de direita, tendem a ser menos inteligentes do que as de esquerda. Ao mesmo tempo, adverte que as crianças de menor inteligência tendem a desenvolver pensamentos racistas e homofóbicas na idade adulta.
A pesquisa foi realizada por acadêmicos da Universidade Brock, em Ontário, e coletou a informação em mais de 15 mil pessoas, comparando o seu nível de inteligência encontrado na infância com os seus pensamentos políticos como adultos.
Os dados analisados ​​são dois estudos no Reino Unido em 1958 e 1970. Eles mediram a inteligência das crianças com idade entre 10 e 11 anos. Em seguida, são monitorados para descobrir suas posições políticas após 33 anos de idade.
“As habilidades cognitivas são fundamentais na formação de impressões de outras pessoas e ter a mente aberta. Indivíduos com menores capacidades cognitivas gravitar em torno de ideologias conservadoras que mantêm as coisas como elas são, porque isso as fornece um senso de ordem”, dizem no estudo publicado no Journal of Psychological Science.
Segundo as conclusões da equipe, as pessoas com menor nível de inteligência gravitam em torno de pensamentos de direita, porque esse os faz sentir mais seguros no poder, o que pode se relacionaa com o seu nível educacional, inclui o jornal britânico.
Mas esta não é a única conclusão a que chegou o estudo.
Analisados dados de um estudo de 1986 nos Estados Unidos sobre o preconceito contra os homossexuais, descobriu-se que pessoas com baixa inteligência detectado na infância tendem a desenvolver pensamentos ligados ao racismo e homofobia.
“As ideologias conservadoras representam um elo crítico através do qual a inteligência na infância pode prever o racismo na fase adulta. Em termos psicológicos, a relação entre inteligência e preconceitos podem ser derivadas de qual a probabilidade de indivíduos com baixas habilidades cognitivas apoiarem com ideologias de direita, conservadoras, porque eles oferecem uma sensação de estabilidade e ordem “, acrescentou.
“No entanto, é claro que nem todas as pessoas pessoas prejudicadas são conservadoras”, disse a equipe de pesquisa.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Eleições 2012: você também já está sentindo cheiro horrivel da baixaria tucana?

Eleições 2012: você também já está sentindo cheiro horrivel da baixaria tucana?

A batalha de 2012 vai ser em São Paulo. A cidade está abandonada após governos direitistas.

Haddad (PT) é o administrador competente que a cidade precisa!

Resta aos tucanos a baixaria: "kit gay", "matar criancinhas", "terrorista", etc.

Não espere dos tucanos que discutam seriamente os problemas da capital paulista, eles não sabem.

Por isso vão abusar do preconceito religioso como arma política. 

Como Hitler fez na Alemanha. Pode perguntar para um judeu.

Lula sempre na luta

A nova fase de Lula | Os Amigos do Presidente Lula

 

A nova fase de Lula

Da revista IstoÉ

 

Depois de um duro tratamento médico, o ex-presidente vence o câncer e se prepara para encarar desafios que devem renovar sua imagem de mito da política. Conheça os planos de Lula para 2012
Mário Simas Filho
 
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BOA NOTÍCIA
Lula foi informado pelo médico que o câncer está reduzido a zero
Na manhã da segunda-feira 6, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou irritado ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Estava cansado, nauseado e com uma forte dor na garganta – efeitos colaterais do duro tratamento médico a que vem se submetendo há cerca de três meses. Lula recebeu mais uma sessão de radioterapia e, como em outras vezes, foi andando com calma até uma ala de dez metros quadrados no setor de recuperação, onde costuma receber políticos que o visitam. Mas não naquele dia. O ex-presidente tinha preferido a presença de apenas um amigo de longa data. E foi ao lado dele que recebeu a informação que mudaria seu ânimo: o câncer detectado em outubro estava vencido pela intensa medicação. Segundo a definição de um de seus médicos, o tumor maligno de quase três centímetros “foi reduzido a zero”.



Era a notícia que Lula esperava e, de certa forma, havia antecipado em 1º de novembro, quando, apenas quatro dias após receber o diagnóstico de um câncer na laringe, fez sua primeira manifestação pública sobre a doença. Num vídeo divulgado pela internet, ao lado da esposa, Marisa Letícia, ele se empenhava em mostrar confiança: “Estou preparado para enfrentar mais uma batalha e acho que nós vamos conseguir tirar de letra.”
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TRATAMENTO
Com apoio de dona Marisa e do médico Roberto Kalil Filho
Mesmo sabendo que ainda tem pela frente a fase final das aplicações, que seguem até o dia 17 de fevereiro, o ex-presidente se empolgou. Mal chegou ao Instituto Lula na terça-feira 7, para onde segue quase todos os dias depois de deixar o hospital, disparou telefonemas. Comunicava a amigos e lideranças de diversos partidos o que tinha escutado do médico, sempre pedindo total discrição. Com os mais próximos, se animou até a discutir detalhadamente a ambiciosa agenda que projetou para 2012. Confiante por constatar que, afinal, está superando mais uma provação, ele planeja uma nova fase. Lula quer daqui para a frente dedicar seus dias a quatro missões: preparar o PT para as eleições municipais em todo o País, cravar uma vitória histórica em São Paulo, ampliar o Instituto Lula e angariar fundos para a construção do Memorial da Democracia. Mas Lula terá que esperar mais algumas semanas para entrar de cabeça nessas tarefas. Apesar de aliviado com a primeira vitória contra o câncer, o ex-presidente não passou bem o resto da semana. Em razão de uma enorme inflamação na garganta, mal conseguia comer, embora siga à risca o regime de dieta pastosa recomendado pelos médicos. Cansado, chegou a interromper por mais de duas vezes reuniões com a equipe do seu instituto. De acordo com pessoas próximas, Lula perdeu cerca de três quilos desde o começo do mês.
A equipe médica responsável pelos cuidados do ex-presidente não confirma o desaparecimento do tumor, preferindo referir-se apenas à fase concluída do tratamento; antes, portanto, das aplicações de radioterapia. “Sem dúvida, o prognóstico é muito bom porque o ex-presidente respondeu muito bem ao tratamento com quimioterapia, quando houve uma redução de 75% do tumor”, disse o oncologista Paulo Hoff, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Ele vai aguardar os exames conclusivos, em março. Os médicos também orientaram Lula a não comparecer ao desfile da escola de samba Gaviões da Fiel no sábado 18, que terá como tema “Verás que um filho fiel não foge à luta: Lula, o retrato de uma nação”, em razão de sua ainda baixa imunidade. A última sessão de radioterapia acontecerá um dia antes da apresentação da Gaviões.
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PLANOS
Paulo Okamoto, o encarregado de dar novo peso ao Instituto Lula
A partir de março, Lula terá vida normal. Passará apenas por exames periódicos (um câncer só é considerado realmente “curado” depois de cinco anos) e será acompanhado por uma fonoterapeuta para melhorar a fala e a deglutição na laringe. Nos últimos dias ele definiu com seus principais assessores o que chamou de “espinha dorsal” de sua agenda em 2012. Ficou definido que até o final de março ou no máximo até a primeira quinzena de abril, ele deverá permanecer a maior parte do tempo despachando no instituto. Sua atenção estará voltada prioritariamente às campanhas petistas em cerca de 120 cidades com mais de 150 mil habitantes pré-definidas e assinaladas em um mapa sobre a mesa de sua sala. Na avaliação do ex-presidente, em cerca de 30 desses municípios, incluindo Curitiba e Belo Horizonte, o PT deve abrir mão da cabeça de chapa para apoiar candidatos do PSB, do PMDB e do PDT. Um dos primeiros a ser chamado para uma conversa será o deputado federal Dr. Rosinha. Ele quer que o petista abandone a ideia de se candidatar ao Executivo da capital paranaense e apoie Gustavo Fruet (PDT). Especialista em montar palanques e solucionar conflitos entre as alas internas do PT, Lula pretende convocar as lideranças de sua legenda e convencê-las da importância de construir alianças amplas o mais rápido possível.



Entre abril e o fim de julho, Lula pretende dedicar seu tempo ao instituto que leva seu nome. Considerando que até lá estará livre dos efeitos colaterais da luta contra o câncer, priorizará visitas ao Exterior. Durante o tempo em que permaneceu sob tratamento, ele deixou de fazer cerca de 30 viagens internacionais para dar palestras que reforçariam o caixa da instituição. O ex-presidente tem insistido junto a seus assessores, principalmente Paulo Vanucchi e Paulo Okamoto, para que o Instituto Lula seja mais amplo que o PT, do ponto de vista ideológico. Ele pretende transformar a entidade numa referência mundial em formulação e implantação de políticas de inclusão social em desenvolvimento e consolidação de democracias. Para essa nova fase, o Instituto Lula planeja ampliar em 40% o número de funcionários e trocar a atual sede, um pequeno sobrado no bairro do Ipiranga, na capital paulista, por uma sala comercial com cerca de mil metros quadrados.
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ESCOLHIDO
A vitória de Haddad na eleição para a Prefeitura de São Paulo
é encarada como prioridade política pelo ex-presidente
A partir de agosto, na reta final das eleições municipais, o ex-presidente dedicará o seu tempo ao que tem chamado de “mergulho nas campanhas”. Subirá em palanques em todos os municípios com mais de 150 mil habitantes para pedir votos aos candidatos do PT e aliados. Dará atenção especial, no entanto, à capital paulista, onde Fernando Haddad, seu ministro da Educação, será o candidato petista. Lula está empenhado em tirar proveito do índice de popularidade, que nunca esteve tão favorável entre os eleitores da maior cidade do País. Enquanto no pleito presidencial de 2006, o ex-presidente conseguiu apenas 35,7% dos votos paulistanos no primeiro turno na disputa por Palácio do Planalto, agora pesquisas, como o Datafolha, indicam que 48% dos eleitores da capital paulista dizem que podem escolher o candidato indicado pelo ele. Antes da doença, esse número de seguidores não passava de 16%. O cenário político, na opinião de Lula, também não poderia ser melhor: as forças que derrotaram a então prefeita Marta Suplicy, em 2000, estão divididas. Com a recusa de José Serra em concorrer, os tucanos ainda não acharam um nome para a disputa. De seu apartamento em São Bernardo, na noite da quarta-feira 8, Lula telefonou para um dos líderes petistas mais próximos a ele. Com a voz muito rouca, disse que a aliança com Kassab em São Paulo passou a ser vital ao seu projeto e explicou: “Não se trata apenas de ganhar a eleição em São Paulo, mas de quebrar a espinha dorsal da parceria PSDB com os liberais, representados ora pelo DEM, ora pelo PSD.”



Dois meses atrás, quando Kassab passou a se insinuar para o PT, Lula estava disposto a refutar o apoio, evitando entrar em rota de colisão com a senadora Marta Suplicy, que rejeita a possibilidade de dividir palanque com o atual prefeito. Há duas semanas, no entanto, a posição de Lula mudou. Até o fim de janeiro, o ex-presidente nutria a esperança de conseguir afastar da disputa paulistana o deputado federal Gabriel Chalita e compor uma chapa com o PMDB em São Paulo. Do hospital, manteve diversas conversas com o vice-presidente, Michel Temer, e com o próprio candidato peemedebista. “O Lula tentou de todas as formas convencer o PMDB e o Chalita a estar conosco ainda no primeiro-turno”, disse um dos principais confidentes de Lula. “Desde o início de fevereiro, no entanto, partiu para outra.” Para convencer os resistentes petistas a uma parceria eleitoral com o PSD de Kassab, Lula tem uma carta na manga. Na semana passada, durante conversa com o prefeito, o ex-presidente desenhou o que chamou de a “chapa dos sonhos”: Haddad, prefeito; Henrique Meirelles, vice. Na opinião do ex-presidente, até os petistas mais radicais de São Paulo não teriam problemas para subir em um palanque ao lado de Meirelles, tido no próprio partido como um dos pilares do sucesso do governo de Lula. Kassab prometeu se empenhar em convencer o ex-presidente do Banco Central a encarar o desafio. A ideia de Lula era ele mesmo ligar para Meirelles na quarta-feira 8. O seu estado físico, porém, não permitiu.



Outra missão encarada como primordial pelo ex-presidente está diretamente ligada à aproximação entre Lula e Kassab: a construção do Memorial da Democracia pelo Instituto Lula. Um museu que, além de contar com o acervo do período do ex-presidente na Presidência da República, apresentará temas que contribuíram para a evolução política do País, como a Anistia e a Constituinte. Cerca de 20 profissionais trabalham no projeto arquitetônico e na curadoria. Entre eles, Gringo Cardia, que participou também do desenvolvimento e da implementação do Memorial Minas Vale, do Museu das Telecomunicações e do Museu da Cruz Vermelha, na Suíça. “Tudo é muito preliminar, pois estamos nos reunindo ainda. Mas posso adiantar que será um espaço multimídia, no qual o público vai interagir com as obras”, conta Cardia. Certo mesmo é que o espaço será erguido em um terreno cedido recentemente pela Prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia, área degradada no centro da capital paulista marcada pela presença de dependentes químicos e traficantes.



A doação da área em um período pré-eleitoral, no momento em que PT e PSD ensaiam uma aliança na capital paulista, foi fruto de negociações que começaram no primeiro semestre de 2011, conforme apurou ISTOÉ. Por meio de emissários, Lula tinha enviado a proposta de montar o Memorial da Democracia aos governantes da cidade de São Paulo e São Bernardo do Campo e do Estado do Rio de Janeiro. Kassab tomou a frente e passou a reunir-se com Paulo Okamoto, comandante do instituto, depois de regularizar a criação do PSD e se mostrar próximo ao governo em reunião da bancada da nova legenda com a presidenta Dilma. O prefeito também se reuniu com o próprio Lula para discutir o assunto. “Nessas negociações, Lula e Kassab começaram a criar uma afinidade”, diz um parlamentar do PSD. Em uma das visitas ao petista no Hospital Sírio-Libanês, Kassab comunicou a Lula a doação da área. Agora o desafio da entidade do ex-presidente é obter na iniciativa privada os recursos para viabilizar os custos. Uma das alternativas é oferecer a cada patrocinador o nome de uma das salas de exposição.
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PARCERIA
Kassab se aproxima de Lula: desconforto no PT paulista
Lula pretende atrair para o Memorial da Democracia acervos de todos os presidentes que governaram o País após o fim da ditadura e, para isso, já mandou sinais a José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Atividades como essa, acima dos partidos em conflito, o encantam. E a força para realizá-las não deve lhe faltar. Afinal, o Lula que sai do calvário da luta contra o câncer é, inevitavelmente, um mito revigorado, sem paralelos na história política brasileira. A vitória sobre a doença, segundo especialistas em comunicação política ouvidos por ISTOÉ, ampliam a sua imagem de vencedor junto à população. Para a pesquisadora da Universidade Federal do Paraná e autora do livro “Lula, do Sindicalismo à Reeleição, um Caso de Comunicação, Política e Discurso”, Luciana Panke, o petista se projeta como poucos líderes na figura pública do herói descrita há mais de meio século pelo americano Joseph Campbell, um dos maiores estudiosos de mitologia e religiões do mundo. Segundo ele, a façanha da formação de um mito heroico começa com alguém a quem foi usurpada alguma coisa ou que sente estar faltando algo entre as experiências normais permitidas aos membros da sociedade. Essa pessoa, então, passa a empreender uma série de aventuras que ultrapassam o usual – com a intenção de recuperar o que tinha sido perdido ou para descobrir a essência da vida. “Lula faz questão de ressaltar em seus discursos as dificuldades pelas quais passou e as formas como deu a volta por cima. Cria, ao mesmo tempo, identificação e admiração entre o público”, explica Panke. “Provavelmente, esse caso da doença reforçará ainda mais essa trajetória acompanhada durante seus mais de 30 anos de vida pública.”
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Entendam o que é entreguismo e o que é Dilma

Diferenças no modelo de privatização em relação aos anos 90 | Brasilianas.Org

 

Diferenças no modelo de privatização em relação aos anos 90


Há diferenças a serem consideradas em relação ao modelo de privatização dos anos 90.

1. A Infraero mantem 49% do capital.

2. O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) financiará exclusivamente os investimentos previstos. Nos anos 90 financiava a compra.

3. Os recursos arrecadados serão destinados a aeroportos menores.

 

 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Olha como o PT faz e compare como o PSDB fazia.

O Esquerdopata: Governo Dilma CONCEDE aeroporto, por 20 anos, por valor três vezes maior do que o PSDB VENDEU a Vale

 

Governo Dilma CONCEDE aeroporto, por 20 anos, por valor três vezes maior do que o PSDB VENDEU a Vale

Governo concede aeroportos com ágio de até 673%

 

VAGNER MAGALHÃES
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizou nesta segunda-feira um leilão para transferir ao setor privado a exploração de três terminais aéreos internacionais: o de Cumbica, em Guarulhos, o de Viracopos, em Campinas e o Juscelino Kubitschek, em Brasília. O aeroporto de Brasília foi o que teve o maior valor acima da oferta mínima exigida pelo governo. O consórcio Inframerica Aeroportos levou a concessão na capital federal com a oferta de R$ 4,5 bilhões, ante preço mínimo de R$ 582 milhões - um ágio de 673%.


O consórcio formado por Invepar, OAS e a sul-africana ACSA, apresentou a melhor oferta econômica pela concessão do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), no valor de R$ 16,2 bilhões, com ágio de 375% sobre o preço mínimo de R$ 3,4 bilhões. Já o consórcio que inclui a Triunfo Participações e a francesa Egis Airport Operation fez a proposta financeira mais elevada pelo aeroporto de Viracopos (SP), de R$ 3,8 bilhões. O preço mínimo era de R$ 1,47 bilhão - um ágio de 159%. Os três aeroportos respondem, conjuntamente, pela movimentação de 30% dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro.
Após a abertura das propostas na sede da Bovespa em São Paulo, os consórcios que fizeram as melhores propostas iniciais continuaram a disputa em um leilão viva-voz. Encerrado o tempo de lances, as ofertas totalizaram R$ 24,53 bilhões a serem pagos ao governo - um ágio médio de 347%. O grupo Inframérica Aeroportos, que ficou com o aeroporto de Brasília, conta com a Engevix e a argentina Corporación América, que no ano passado venceu a disputa pelo aeroporto São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.
A partir do contrato, haverá um período de transição de seis meses no qual a concessionária administrará o aeroporto em conjunto com a Infraero. Após esse período, que pode ser prorrogado por mais seis meses, o novo controlador assume o controle das operações do aeroporto. A Infraero, empresa pública federal, continuará operando 63 aeroportos no País, responsáveis pela movimentação de cerca de 67% do total de passageiros. Até o final da concessão de cada aeroporto estão previstos investimentos da ordem de R$ 4,6 bilhões em Guarulhos, R$ 8,7 bilhões em Viracopos e R$ 2,8 bilhões em Brasília. Além disso, os contratos assinados determinam o estabelecimento de padrões internacionais de qualidade de serviço.
Entenda
De olho na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016, a administração da presidente Dilma Rousseff conta com os recursos e a gestão de empresas privadas brasileiras e operadoras internacionais de aeroportos para realizar os necessários investimentos nos terminais. A presença de companhias de fora do Brasil foi uma exigência do edital, ao estabelecer que cada consórcio tivesse um operador que tenha transportado ao menos 5 milhões de passageiros no ano passado. 
A estatal Infraero, atualmente responsável pelos aeroportos no Brasil, será sócia dos concessionários privados, com participação de 49% nos terminais. Os três aeroportos têm prazo de concessão diferentes. São 20 anos para Guarulhos, 25 anos para Brasília e 30 anos para Viracopos. Além da outorga, os concessionários terão que ceder um percentual da receita bruta ao governo, dinheiro que irá para um fundo cujos recursos serão destinados ao fomento da aviação regional.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 80% do investimento total previsto no edital do leilão para os três aeroportos. O prazo do empréstimos será de até 15 anos para os terminais de Guarulhos e de Brasília e de até 20 anos no caso de Viracopos.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Dilma continua o que o Lula e fez e vai além

A inteligência estratégica de Dilma | Brasilianas.Org

 

A inteligência estratégica de Dilma


Por Marco Antonio L.

Do Sul 21

Dilma e a arte de fazer a fisionomia de uma época

Eneas de Souza

A Dilma tem uma inteligência estratégica que une, tanto na concepção como na prática, a Grande com a pequena política. Não é um jeito trivial, não, é uma força de ser. Tem a vocação de um pensamento nítido que não vacila no gesto. O que parece ser uma ligação da teoria com a prática: o conhecimento está irmanado com uma velha idéia grega, a do kairós, que quer dizer o senso de oportunidade. Nela há uma fraternidade dialética entre a idéia e a hora da ocasião. E o efeito deste movimento é o melhor possível – até agora, ao menos – pois a surpresa dos opositores, o aplauso dos adeptos e a indiferença dos que “não gostam e não entendem de política” se expressam numa aprovação inédita do país à presidenta.

 

traVou tratar da sua presidência de uma maneira rápida e sintética. Sei que a questão é vasta. Mas começo por colocar na roda e na pauta alguns aspectos que tenho por relevantes. Deixo para mais tarde uma melhor e mais ampla análise sobre a política da Dilma. Aproveito a sua viagem a Cuba para fazer uma pequena reflexão sobre este ano e um mês que tivemos de seu trabalho. O que se pode dizer sobre o assunto?

Lula e Dilma, a soma de um projeto de poder

A primeira coisa que gostaria de salientar é a continuação do lulismo, num agora lulismo-dilmismo. Parece incrível que as pessoas não notem este prosseguimento. E não notam. E não notam porque avaliam que a Dilma, para ser continuação do Lula, teria que ser uma cópia. Ela não é uma imitação, isso já ficou abusivamente claro. Portanto, é um continuar com qualidade própria. E quando Dilma faz algo diferente do que pensam que Lula faria, querem destacá-la dele. Esse país não está sabendo pensar. Como dizia um velho professor da direita na faculdade de Economia, “unir sem confundir” é preciso. Relacionar e diferenciar. Ver que a realidade tem uma solda e uma luz que põe os pontos do mundo no seu lugar.

Pois Lula e Dilma fazem parte do mesmo jogo. Um projeto de poder. Um projeto de poder nacional para transformar tanto o capitalismo financeiro e o neoliberalismo político como a condição do Brasil e da população brasileira. A estratégia da Dilma vai se fazendo, continuando e transformando a escultura de Lula, tanto na geopolítica como na geoeconomia. Não podemos deixar de salientar que com a Dilma houve um aumento de força neste projeto de poder. Juntos, Lula e Dilma, constroem um acréscimo de plasticidade na trajetória petista. Duas estrelas valem mais do que uma, tem mais céu e mais presença no combate político, tanto partidário, quanto entre nações. O lulismo se dilata, se fortalece, se adensa com o aporte da Dilma. Por isso, digo lulismo-dilmismo.

A dança da geopolítica e da geoeconomia

A crise do capitalismo pôs em questão o capitalismo financeiro e o neoliberalismo, e dividiu o eixo único do poder americano em dois, o novo eixo de Tio Sam e o eixo chinês, que se encontram num longo processo de constituição. Pois, na confusão do baile, a estratégia do Brasil, nesse momento, navega com algumas peculiaridades. A primeira coisa a constar é que o país tem que flutuar no jogo político, seja por causa da proximidade do comércio exterior com a China, seja porque os Estados Unidos trabalham em formas disfarçadas de protecionismo, seja porque os chineses têm ações predatórias nas relações com os outros países (África e mesmo América Latina, por exemplo), seja porque os americanos têm formas financeiras devastadoras. E por aí nós vamos.

 

O Brasil já mostrou que é um player médio no jogo internacional das nações, mas que não tem capacidade de organizar nem a geopolítica, nem a geoeconomia mundial. Dada a evolução da crise atual, aquela presença exuberante de Lula e do Brasil nos últimos anos não poderia continuar. Cabe aproveitar pequenas intervenções para marcar pontos, para segurar campos conquistados, aguardando o ressurgimento criativo no futuro para novos avanços. Trata-se, logo, de manter e reforçar a nossa posição. Assim, faz a Dilma. O discurso na ONU, a presença no G-20, a viagem à China, etc. Contudo, o horizonte da geoeconomia e da geopolítica mundial está a indicar que deve-se ir além de um reforço do estado atual do país. O salto sobre a crise passa por ordenar uma determinada região do mundo. A China arruma a Ásia e o Brasil amalgama a América do Sul, talvez a América Latina.

 

No caso brasileiro, a expansão da presença do Brasil no colorido continente sul-americano carrega um processo que projeta integrações produtivas, aduaneiras, integrações de infra-estrutura, de transporte, integrações educacionais e culturais, etc. O espaço deste itinerário adquire uma potencialidade altamente desejável e promissora. E essa flor, esse girassol, amadurecerá plenamente quando o rosto escuro do protecionismo chegar. Ele abrirá uma nova etapa da crise mundial – talvez no fim de 2012, quem sabe no decorrer de 2013. Nesse quadro, a integração regional será absolutamente decisiva para esses países. A América do Sul passa a ser, nessa paisagem, uma jogada geopolítica e uma jogada geoeconômica. Trata-se de uma oportunidade semelhante àquela que o Brasil teve por ocasião da crise dos anos trinta, só que agora num território continental. Dilma está com essa bola toda.

 

No campo geoeconômico, o principal norte é o futuro da economia mundial. No meu modo de ver, toda esta crise econômica serve para pautar a passagem de um padrão de acumulação de capital para outro, esse novo centrado na expansão das tecnologias de comunicação e informação, de novos materiais, das ciências médicas, etc. Essa passagem é longa e demorada, cheia de convulsões e rebuliços. Basta lembrar o que foi a crise da Grande Depressão. Portanto, temos um longo caminho a percorrer. Todavia – cabe salientar um ponto decisivo – o Brasil parece já estar neste futuro. Não pelo lado da fronteira tecnológica de vanguarda, mas pelo lado de uma certa infra-estrutura desse padrão. O Brasil vai de energia, de alimentos e de minérios. Contudo, é fundamental não ficar nessa primarização: o desenho da economia brasileira deve traçar um planejamento para a área de inovações e de tecnologia. E isso que daria ao país uma posição melhor na nova divisão internacional do trabalho.

 

É o curto prazo que está envolto num terreno de incertezas e de ameaças. Pois, se as contas do governo vão bem, o Brasil, como um atleta de salto triplo, se prepara – e essa é uma das preocupações da Dilma – para bloquear os efeitos da crise européia, para encarar as múltiplas facetas e repercussões do protecionismo variado, para conter o expansionismo complicado dos chineses. E, no entanto, o Brasil também não pode deixar de considerar as perspectivas de uma expansão do mercado interno. A vitamina virá de um programa de investimentos (PAC, Minha Casa, Minha Vida, por exemplo), acompanhado do consumo da classe mais necessitada, através dos gastos dos programas sociais do governo. E, como ampliação do mercado interno, pode-se apostar em tentativas de superar as questões vinculadas ao que se chama de desindustrialização da economia produtiva por causa do efeito chinês. Completa o espelho da incerteza atual os temores da repercussão da crise européia, o que Guido Mantega chama de guerra cambial, o tratamento mais consistente da taxa de juros e da atração insistente dos capitais financeiros pelo Brasil, etc.

A novidade estratégica de Dilma

Pensem os leitores, dispam seus preconceitos, e pensem mais atentamente o que Dilma está construindo no subtexto de sua presidência. De um lado, a unificação do Estado, que ela trabalha desde os tempos da Casa Civil e cujo maior êxito é a convergência do Banco Central com o governo. E de outro lado, dar uma cara nova à política, o que está se constituindo, a meu ver, como uma surpreendente novidade da área. Ousamos dizer que ela tenta mudar politicamente a política, introduzindo o campo dos valores como uma passagem de nível, como uma tarde de sol num inverno social.

Vou tentar explicar. A política é conflito, combate, diferença, tensão, discórdia. Perspectivas opostas, basicamente, valores distintos. Nela jogamos com a alteridade. Tudo aí se complica pois está presente a figura do outro. O outro é meu adversário, pode ser meu inimigo. O outro me escapa. Não sou capaz de fazer com que ele faça o que eu quero a não ser que ele esteja disposto a querer o mesmo. Na política contemporânea, houve o incremento de um padrão onde os valores da chantagem, da corrupção, da violência, por exemplo, predominam. O poder pelo poder. O realismo político passou a ser: se o outro não tem valores, ah! meu caro, eu também não preciso ter. Não preciso assumir valores coerentes, afirmativos, de uma cultura crítica, de um desenvolvimento social, da busca de um bem estar, da construção de um bem comum. Logo, valores coletivos, valores da dignidade, da legitimidade, da solidariedade, da liberdade, da fraternidade, da democracia. Valores para um poder criativo. Posso, pelo contrário, assumir os valores da força, da violência, da porrada, da prepotência, do ludibrio, do engano, do engodo, da burla, do exercício único do mando como o valor que interessa. Houve assim uma espécie de abolição de valores de um tipo em detrimento de outro no quadro da modernidade do jogo político.

Dilma vem articulando nos seus atos um conjunto de valores que não responde automaticamente aos atos dos adversários, ao menos, no mesmo nível deles. E isso tanto no jogo político partidário, parlamentar e ministerial como no jogo político da mundialização. Se duvidam, vejam o tema da corrupção de ministros e dos ocupantes de segundo escalão do governo. Ou a questão dos direitos humanos nos planos nacionais, como nos casos do Irã, de Cuba e dos Estados Unidos. Memorável o seu encontro com as madres de Mayo na sacada da Casa Rosada. Memorável também a resposta em Cuba sobre a questão dos direitos humanos. Todos os países cometem delitos, disse ela. O Brasil, Cuba e os Estados Unidos. Chamou a atenção para Guantánamo, que curiosamente os “defensores” dos direitos humanos não falam. Com atitudes como essas, Dilma vai compondo uma cesta de valores que passam pelas já citadas questões da corrupção e dos direitos humanos, como também pela presença das mulheres em cargos públicos de destaque, como a obstinação na erradicação da miséria, como a civilidade no trato da política. E assim, a viagem no campo dos valores vai se fazendo.

Gostaria de chamar a atenção para o tema da corrupção. Trata-se de algo profundo. O capitalismo financeiro fazendo de tudo – homens, coisas e valores – um negócio, corrompeu fortemente as relações humanas e políticas. A política se tornou, em muitos momentos, um caso de compra e venda, de chantagem, misturando favores políticos e cargos. Dilma tem se dedicado a reverter essas coisas. E fez da chantagem, inclusive midiática de denúncia da corrupção, uma forma de alavanca para romper com estas práticas. E fez de tal forma que baliza a própria base do governo na escolha de ministeriáveis, como também provoca a elevação ética no campo da política. Faz dos valores um componente do político, de tal forma, que cria um ambiente, uma atmosfera que vai transformando e enfatizando a política. Os valores tornam-se um ponto de referência em qualquer negociação. Ou seja, o combate principal se dá entre valores, embora, na sua prudência e astúcia, Dilma sempre saiba que a política é relação de forças, imposição de vontade. E que o menos ruim é melhor que o péssimo. E só se sabe isso quando se joga com valores.

A união da grande e da pequena política

Essas pequenas considerações servem para mostrar que a estratégia da Dilma é capaz de unir a Grande e a pequena política. Porque se Dilma se dedica a desenvolver a política, a estratégia e o projeto nacional – uma herança do governo Lula – ela não a defende somente em nome da política e da economia, mas a sustenta em nome de valores, que é a única forma capaz de fornecer critérios para decidir tanto no ar da Grande política como no solo da pequena política. Dilma age com valores que lhe permitem dar uma distinção à política na floresta agreste do capitalismo selvagem. E essa transformação tem sido feita progressivamente, sem alarde. E, de repente, as pessoas tomam consciência da energia e da sutileza da Dilma. A sua estratégica envolve uma concepção de valores como um toque sutil no combate pela metamorfose da política. São valores que não deixam de ter contundência, pois a política é um jogo pelo poder, é a arte de fazer a fisionomia de uma época.