sexta-feira, 30 de março de 2012

FHC se livrando do Serra

FHC se distanciando do barro | Brasilianas.Org

 

FHC se distanciando do barro


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São apenas indícios, e como tal devem ser tratados.

1. Quando saiu "A Privataria Tucana", a primeira reação de FHC foi comparar o livro ao "dossiê Cayman". Aparentemente, foi antes de ler. Depois, manteve um silêncio prudente. Sua manifestação seguinte foi na entrevista a um jornal inglês, dizendo ter chegado ao fim a era Serra e iniciado a era Aécio no PSDB. Imediatamente Serra contra-atacou bem ao seu estilo - através de um de seus gendarmes, o Marco Antonio Villa, em um artigo no Estadão, com críticas biliosas a FHC. Villa é muito pequeno para merecer uma resposta de FHC. A resposta foi dada por Xico "Mão Pesada" Graziano.

2. Em seguida surge o caso Prefeitura de São Paulo. Alckmin e Kassab usam a máquina partidária para apoiar Serra. FHC dá uma declaração formal de apoio, relembrando as "ligações históricas" com Serra. E nada mais diz.

3. Logo em seguida, dois movimentos simultâneos. O Estadão - que tem muito mais ligações com FHC do que com Serra - abandona o apoio incondicional a Serra e solta um editorial com um conjunto de argumentos presentes nas críticas do Blog ao Serra, mas até então inexistentes nas páginas de Opinião do jornal. E FHC faz uma visita a Lula, com um amplo simbolismo: dois velhos companheiros que se dividiram no tempo mas que estão, ali, para mostrar que a disputa política pode e deve ser civilizada.

Juntando essas peças, me parece que a tendência de FHC será a de se afastar mais e mais de Serra e do que promete ser o último vagido do esgoto na vida política nacional.

 

 

Quem tem Serra no partido precisa de adversários?

Quem tem Serra no partido precisa de adversários? - Yahoo! Respostas

 

Quem tem Serra no partido precisa de adversários?

Serra implodiu previa tucana, que seria um marco, o ponto de renovação dos tucanos.



Debates entre os pré-candidatos, filiados políticos se entusiasmando, era tudo que o PSDB precisava.



Chegou o Serra e ferrou tudo. Jogou a renovação no lixo. Não participou de debates, alterou a data da previa, tramou contra ela....



Dos 20 mil tucanos aptos para votarem, apenas 6 mil compareceram. Um balde de água fria.



Serra esperava um vitória esmagadora (tipo 80%). Teve apenas 52%. Isso com apoio de FHC e Alckmin!!!!!!!



100% dos paulistanos conhecem Serra, apenas 30% cogitam votar nele. Dos tucanos, apenas pouco mais de 50% confiam nele.





PSDB não aprende.









CHORA TUCANOS, SERRA + CPI DA PRIVATARIA + CPI DO CACHOEIRA = ZERO

 

quinta-feira, 29 de março de 2012

200 motivos para não acreditar na Veja

BLOG DO MELLO << Matéria completa 

 

Triste fim de Policarpo da Veja, ou fim da Veja? 200 ligações entre Cachoeira e diretor da revista colocam a questão

 

Fato é que ninguém se comunica 200 vezes com um desconhecido, ou com alguém de pouca familiaridade.

Em seu blog, Luis Nassif denunciou que foram "mais de 200 telefonemas trocados entre ele [o contraventor Carlinhos Cachoeira] e o diretor da sucursal de Brasília da Veja Policarpo Jr".

A denúncia é do dia 25. Há quatro dias Veja, Policarpo e seu cão amestrado Reinaldo Azevedo fazem silêncio sobre o assunto. O que temem?

Vou fazer como Ali Kamel e testar hipóteses:

  • Será que se há uma ligação tão estreita entre Demóstenes Torres, Carlinhos Cachoeira e a revista Veja, o tal grampo sem áudio que envolvia o àquela altura presidente do STF Gilmar Mendes não foi uma combinação entre eles e está registrado na PF?
  • Será que Policarpo era um dos 15 a quem Carlinhos Cachoeira presenteou com um Nextel à prova de escutas, como o do Demóstenes?
  • Será que Gilmar Mendes também pertencia ao Clube dos 15? Afinal, se o tal grampo sem áudio não provou nada (pelo contrário) serviu ao menos para provar que Gilmar Mendes era assim um assessor de luxo de Demóstenes.
  • Será que a ciranda do Cachoeira vai banhar Demóstenes, Veja e chegar a Gilmar Mendes?

quarta-feira, 28 de março de 2012

Mensalão: invensão da Veja

Altamiro Borges: Demóstenes, Veja, Mensalão e o STF

 

Demóstenes, Veja, Mensalão e o STF

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:



O texto que o Escrevinhador reproduz abaixo merece ser lido com muita atenção. A informação é de que Carlinhos Cachoeira (aquele que a Folha, com deferência, chama de “empresário do jogo”) teria tramado o Mensalão em parceria com Demóstenes Torres (DEM-GO) – o grande tribuno da moral e dos bons costumes. E mais: a Veja pode ter participado da trama.



Hum…





Em “reportagem” de 2007 (trazia a linda ilustração que observamos logo acima), era assim que a impoluta revista referia-se ao tribuno dos bons costumes: “o incansável senador Demostenes Torres, do DEM de Goiás. No Conselho de, digamos assim, Ética do Senado, ele é uma das únicas vozes a exigir investigações sérias e denunciar as manobras para absolver sem apurar. Demostenes Torres entende o que muitos senadores fazem questão de não ver: o Senado está se desmoralizando numa velocidade avassaladora. A esperança que resta é que esse pequeno conselho de mosqueteiros da ética consiga derrotar as malandragens do grande Conselho de, digamos assim, Ética do Senado. “



Hum, de novo…



Agora algumas coisas começam a ficar claras. Repararam que nas últimas semanas a Folha e O Globo entraram de cabeça no “lobby” para que o julgamento do Mensalão aconteça em maio? Marcaram ate data pra sessão – dia 18.



Folha, Globo e Veja sabem que o caso Cachoeira embaralha tudo.



Querem que o STF julgue o Mensalão “com a faca no pescoço“, como já disse um ministro. O objetivo é claro: esmagar Zé Dirceu e encurralar o PT.



O processo traz, sim, muitas provas de que o PT de fato praticou Caixa 2. Delúbio, aliás, confessa isso tudo (como se precisasse!). Mas não há nos autos nada que prove a tese do Mensalão! Pouco importa. O carimbo de “chefe da quadrilha” para Dirceu é tudo o que Veja, Folha e Globo querem. Não estão preocupados com interesse público. Se não, como explicar que tratem o caso Cachoeira com tanta “discrição”?



Mais que isso. PH Amorim já deu a notícia recebida de uma fonte quentíssima, de que Lula quer as CPIs da Privataria e do Cachoeira.



Agora, eu dou outra informação. A avaliação no PT é de que a CPI do Cachoeira tem mais chance de ser instalada e pode causar mais danos no PIG e na oposição.



Confiram abaixo a notícia que dá pistas do que está em jogo (com perdão do mau trocadilho) nesse episódio. (Rodrigo Vianna)



*****



Denúncia: Mensalão teria sido “armado” pela dupla Torres e Cachoeira



Por Daniela Novais, no Portal Câmara em Pauta



De acordo com o empresário Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, o contraventor Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) são os responsáveis pelo o maior escândalo político dos últimos anos, o do Mensalão, que está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF) e pode ser julgado ainda neste ano.



Ernani afirmou ao site Brasil 247 que a fita em que um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 5 mil dentro da estatal foi gravada pelo araponga Jairo Martins e divulgada numa reportagem assinada pelo jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, que seria ligado a Cachoeira (veja matéria). “Estou convicto que Cachoeira e Demóstenes fabricaram a primeira denúncia do mensalão”, disse o ex-prefeito.



Quase nenhuma novidade, não fosse o fato de que no início do governo Lula, em 2003, o senador Demóstenes era cotado para se tornar Secretário Nacional de Segurança Pública e para isso, deveria mudar do DEM para o PMDB, o que inclusive está em uma das gravações feitas com autorização da justiça, em conversa entre Cachoeira e a esposa de Demóstenes, Flávia.



Segundo Ernani, o interesse dele próprio na manobra estava no fato de que a ex-mulher dele se tornaria senadora da República, pois era suplente de Torres. Já Cachoeira pretendia nacionalizar o jogo no País e com Torres na Segurança Pública, isso seriam favas contadas.



Jogaram água



Ernani contou ainda que houve veto à indicação de Demóstenes e que teria partido do então ministro da Casa Civil, José Dirceu.



Depois disso, Cachoeira e Demóstenes passaram a articular uma retaliação. Segundo Ernani, a primeira ação teria sido a fita, gravada por Cachoeira e que derrubou Waldomiro Diniz, ex-assessor de Dirceu. O segundo passo, preponderante para desencadear o escândalo do mensalão, teria sido a reportagem de Veja, assinada por Policarpo, com a fita dos Correios em 2005.



Quem te viu quem te Veja – Sete anos e uma operação da Polícia Federal depois, o diretor de Veja em Brasília aparece na gravação de 200 conversas com Cachoeira, onde os dois trocam informações sobre as matérias publicadas que traziam as denúncias mais importantes e que foram derrubando muitos políticos pouco a pouco. A Veja ainda não falou sobre o assunto.



Fato é que as declarações de Ernani de Paula corroboram para confirmar a versão de que o famoso Mensalão pode ter sido mais um joguete do mestre Cachoeira. Vamos aguardar os próximos movimentos até o xeque mate.

PSDB contra a liberdade de imprensa

Resenha de “A Privataria Tucana” causa demissões – Escrevinhador

 

Resenha de “A Privataria Tucana” causa demissões

publicada quarta-feira, 28/03/2012 às 15:30 e atualizada quarta-feira, 28/03/2012 às 15:09

 

O jornalista Elio Gaspari denunciou hoje a demissão de jornalistas por conta de uma resenha do livro “A Privataria Tucana”. As cabeças teriam sido pedidas diretamente por Sérgio Guerra, presidente do PSDB.

Amaury Ribeiro Jr., autor o livro, se pronunciou e criticou a atitude: “Pedir a cabeça de jornalista é um golpe contra a liberdade de imprensa”.

Reproduzimos a seguir a coluna de Elio Gaspari e o comentário de Amaury. (Juliana Sada)

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Patrulha e censura

Por Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo

Diga qual foi a publicação onde aconteceu isso:

Tendo publicado em seu site uma resenha favorável a um livro, ela foi denunciada pela direção de um partido político e daí resultaram os seguintes acontecimentos:

1) A resenha foi expurgada.

2) O autor do texto foi dispensado.

3) Semanas depois o editor da revista foi demitido.

Isso aconteceu na revista “História”, o livro resenhado foi “A Privataria Tucana”, a denúncia partiu do doutor Sérgio Guerra, presidente do PSDB, o jornalista dispensado foi Celso de Castro Barbosa e o editor demitido foi o historiador Luciano Figueiredo.

Em nove anos de poder, não há registro de que o comissariado petista com suas teorias de intervenção na imprensa tenha conseguido desempenho semelhante.

A revista é editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, que pouco tem a ver com a administração da veneranda instituição. No episódio, sua suposta amizade ofendeu a ideia de pluralidade essencial às bibliotecas.

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Demitidos por resenhar A Privataria Tucana

Da Geração Editorial

Jornalista e editor foram demitidos por escrever e publicar sobre o livro A Privataria Tucana no site da revista História, você concorda com isso? O autor da Privataria, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. não concorda e coloca a boca no trombone.

“Isso mostra a verdadeira faceta de um partido que se diz democrático, é um absurdo essas atitudes vergonhosas e ultrapassadas. Porque eles não respondem as denúncias do livro? Falaram que me processariam, mas até agora nada disso aconteceu, como diz um velho jurista, ‘Contra fatos não há argumentos’. Pedir a cabeça de jornalista é um golpe contra a liberdade de imprensa, mas infelizmente isso está se tornando uma rotina no país, principalmente quando se produz matérias contra os tucanos, aí você inclui os mais bicudos”, desabafa Amaury.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Aô direitalha, deu zebra: Cachoeira negocia delação premiada

Tremei Demóstenes, DEM e PSDB: Cachoeira negocia delação premiada | Os Amigos do Brasil

 

Tremei Demóstenes, DEM e PSDB: Cachoeira negocia delação premiada

Quinta-feira 15, março 2012

O bicheiro Carlinhos Cachoeira negocia com o Ministério Público um acordo de delação premiada. Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro. O Palácio do Planalto foi informado do início das negociações e acompanha o caso.

Reportagem publicada no site de ÉPOCA na semana passada mostrou que as investigações da Polícia Federal descobriram que Carlinhos Cachoeira se relacionava com políticos. Na quarta-feira (14), outra reportagem dá mais detalhes sobre como o empresário de jogos falava com as pessoas de sua mais estrita confiança: ele habilitou em Miami 15 aparelhos de rádio, da marca Nextel. De acordo com a PF, o propósito de Cachoeira era evitar que escutas telefônicas, legais ou ilegais, captassem suas conversas. Nos relatórios da investigação, o grupo contemplado com os rádios é chamado de “14 + 1”. Entre os 14, há foragidos e os que foram presos com Carlinhos Cachoeira durante a Operação Monte Carlo, da PF. O “1” é o senador Demóstenes Torres (GO), líder do Democratas no Senado Federal.Época

Por

 

Haddad quer cortar taxa, Serra não.

Serra quer continuar cobrando taxa que Haddad vai isentar | Os Amigos do Presidente Lula

 

Serra quer continuar cobrando taxa que Haddad vai isentar

A fama de José Serra (PSDB/SP) como governante que mete a mão no bolso do contribuinte se revelou hoje, de novo.
Perguntado por jornalistas, o tucano defendeu a cobrança da taxa da inspeção veicular, afirmando que "dinheiro não cai do céu nem nasce em planta... ou pagam todos os contribuintes ou os donos de automóveis".
O argumento seria válido se a arrecadação da parte da prefeitura no IPVA (também só cobrado dos donos de carros), não tivesse crescido de forma astronômica nos últimos anos, como explicou o adversário petista Fernando Haddad em entrevista na rádio Bandeirantes.
Serra não sabia da entrevista de Haddad defendendo o fim da taxa, e disse aos jornalistas, quando avisado: "Ah, vocês querem me fazer uma pegadinha. Para debater"...

Ótima ideia: Privataria a todos os cantos do Brasil

Brasil de Fato levará Privataria a todos os cantos do Brasil | Viomundo - O que você não vê na mídia

 

Brasil de Fato levará Privataria a todos os cantos do Brasil

por Luiz Carlos Azenha

O jornal Brasil de Fato pretende levar o Privataria Tucana a todos os recantos do Brasil. A ideia nasceu do fato de que, mesmo com preços promocionais, o livro tem um custo salgado para boa parte dos orçamentos: cerca de 30 reais. Além disso, por problemas de distribuição, o livro não chegou ainda aos lugares mais distantes dos grandes centros do país.

Portanto, a edição especial do Brasil de Fato servirá ao mesmo tempo para fazer propaganda do livro e matar a curiosidade de muitos leitores que não conseguem comprá-lo.

O jornal não vai, obviamente, reproduzir todo o livro. A ideia é uma edição que inclua alguns trechos, mais comentários, ilustrações e, provavelmente, uma entrevista com o autor.

Amaury Ribeiro Jr., consultado sobre a ideia, topou.

A ideia é imprimir um milhão de cópias e usar a rede de distribuição dos movimentos sociais, a única capaz de rivalizar com as emissoras de televisão no Brasil: chegar aos bairros mais pobres das periferias das grandes metrópoles, ao interior do Nordeste e aos vilarejos da Amazônia.

Todo o trabalho será voluntário e os internautas serão chamados a contribuir com um fundo para pagar as despesas de impressão.

Os detalhes da campanha, que será feita principalmente, mas não apenas pela blogosfera, serão divulgados nos próximos dias.

AMAURY NEGA PRISÃO

Autor do Privataria Tucana, que já vendeu mais de 100 mil cópias, Amaury negou esta tarde que tenha sido preso em Mato Grosso, conforme amplamente divulgado nas redes sociais.

Atribuiu a notícia mentirosa à associação entre a preguiça, a incompetência e a má vontade.

O repórter disse que foi abordado numa estrada vicinal pelo sargento Alex Sandro Kiszewski Melo, que saiu do interior de uma fazenda na região de Rondonópolis.

Quando descobriu que Amaury era repórter, o sargento decidiu escoltá-lo até a cidade mais próxima.

O tenente-coronel Elder Taborelli, comandante da Polícia Militar ambiental de Mato Grosso, abriu procedimento para apurar se o sargento Alex Sandro prestava serviços de segurança particular em horário de serviço, suspeita levantada pelo próprio Amaury.

“Fui informado por telefone que um site, de nome 171, noticiou minha prisão”, divertiu-se.

AS ÚLTIMAS SEIS CÓPIAS

Conforme noticiado anteriormente, um mecenas mineiro doou várias cópias do Privataria Tucana para sorteio pelo site. Os ganhadores das seis últimas cópias foram: Luc, Vinicius Garcia, Rafael Alves da Silva, Ana Claudia Fernandes, Emerson Camargo e Magali de Lourdes Pedro.

A Conceição Lemes pede que os sorteados enviem o endereço de entrega para o e-mail viomundo1@gmail.com.

 

quarta-feira, 14 de março de 2012

Incompetência tucana cria apagão dos transportes em São Paulo.

O Esquerdopata: Incompetência tucana cria caos em SP mais uma vez

 

Incompetência tucana cria caos em SP mais uma vez

18 anos de governo tucano criam "apagão" nos transportes
Problemas na CPTM e Metrô geram caos nas estações nesta manhã

Estadão 


Falhas em composições do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) fizeram com que várias plataformas ficassem lotadas entre 7h30 e 8h45. As estações das Linhas 3-vermelha e 1-azul eram as mais cheias e os vagões circulavam repletos de passageiros, que esperavam até 15 minutos dentro de trens parados.
Além dos problemas em parte expressiva do transporte público, o trânsito da cidade teve mais lentidão do que a média para as piores manhãs de quartas-feiras do mês de março dos últimos anos.
A maioria dos trólebus também atrasou para sair da garagem nesta manhã. O motivo foi uma oscilação de energia que prejudicou a circulação desses ônibus elétricos.

terça-feira, 13 de março de 2012

Haddad, o PSDB é pior que uma bola de ferro

A entrevista de Haddad a Maria Inês Nassif | Brasilianas.Org

 

A entrevista de Haddad a Maria Inês Nassif


Por Osvaldo Ferreira

Da Carta Maior

Para Haddad, PSDB é bola de ferro que prende país pelos pés

Em entrevista exclusiva à Carta Maior, Fernando Haddad, pré-candidato petista à prefeitura de São Paulo não subestima o trabalho que terá para tentar romper a hegemonia do PSDB na capital paulista. “São Paulo tem um pensamento conservador muito consolidado (…). Se optar pela renovação, no entanto, irradiará rapidamente essa tendência para o país. O Brasil poderia mais, não fosse a âncora conservadora do PSDB de São Paulo. Tem uma bola de ferro no nosso pé que ainda segura muito o país”.

São Paulo - Estreante nas lides eleitorais, o pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, entra na disputa com as vantagens e desvantagens de ser um nome novo. A vantagem óbvia é não apenas o apoio, mas o comprometimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com sua candidatura – Lula articulou intensamente para que o PT paulistano o assumisse como candidato e será fundamental no processo eleitoral. Isso, o ex-ministro reconhece, é o mais importante. “Lula é (…) uma personalidade que tem a força e a frequência de um cometa, aparece a cada 70 anos”.

Haddad tem também o apoio da presidenta Dilma Rousseff, e muito menos a perder do que o possível candidato do PSDB à prefeitura, José Serra. “A perda dessa eleição, no caso do nosso adversário, seria uma derrota dura”, afirmou Haddad, em entrevista exclusiva à Carta Maior. 

As desvantagens de sua candidatura são óbvias: um nome desconhecido, para ser apresentado ao eleitorado da maior metrópole da América Latina, precisa contar com os meios de comunicação de massa – e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) subtraiu essa oportunidade do PT, ao punir o partido com a proibição de veicular o horário de propaganda partidária. O PT foi condenado por usar o programa partidário para propaganda eleitoral no ano passado. Os demais partidos terão horário no primeiro semestre; Haddad ficará de fora até o início oficial do horário de propaganda eleitoral gratuita, que começa apenas em agosto.

A outra dificuldade também é a amarração de apoios à sua candidatura. Haddad garante que o único interesse do ex-presidente Lula no apoio à coligação com o PSD foi a filiação de Henrique Meirelles. “Se o Meirelles tivesse ido para o PMDB, o Lula iria atrás”, afirmou. “A hipótese de uma chapa com dois ministros de seu governo o agradava”. Na avaliação do candidato, mais importante do que o apoio do PSD é manter o PT unido em torno de sua candidatura e fechar com os tradicionais aliados petistas – o PSB e o PSDB. A pesquisa eleitoral feita pelo Datafolha, divulgada no início do mês, que o colocou como lanterninha das pesquisas, dificultou as coisas. “As pesquisas foram mais importantes no jogo de barganhas do que propriamente no ânimo das pessoas envolvidas com a minha candidatura”, afirmou. “Aumentou o preço?”, pergunta a repórter. “Não é isso”, responde Haddad, rapidamente. Apenas os partidos postergaram as conversas, deixaram o acordo para depois, diz ele. “Mas nem sempre os apoios levam à vitória”, relativiza.

O pré-candidato petista não subestima o trabalho que terá para tentar romper a hegemonia do PSDB na capital paulista. “São Paulo tem um pensamento conservador muito consolidado (…) que sempre dá peso muito forte para qualquer plataforma do establishment”, analisa. Se optar pela renovação, no entanto, irradiará rapidamente essa tendência para o país. O Brasil poderia mais, não fosse a âncora conservadora do PSDB de São Paulo. “Tem uma bola de ferro no nosso pé que ainda segura muito o país”, concluiu.

Abaixo, a íntegra da entrevista do ex-ministro Fernando Haddad à Carta Maior:
 

CARTA MAIOR: O PT assimilou sua candidatura?
 

FERNANDO HADDAD: Acredito que sim. O processo foi muito bem conduzido e elogiado internamente. É curioso o argumento de que as prévias no PT não ocorreram por pressão. No PT, sempre teve pressão e sempre teve prévias. O Lula já perdeu prévias dentro do PT apoiando um candidato, já ganhou, ele próprio já enfrentou prévias. Isso é da cultura do partido. Óbvio que todo mundo sabe que isso tem consequências, mas ninguém abdica de disputar prévias quando entende ser o caso. A verdade é que, no final do processo, nós contávamos com o apoio da maioria dos militantes. Colhemos mais de 20 mil assinaturas para inscrição, quando eram necessária apenas 3 mil. Nós tínhamos o apoio de 7 dos 11 vereadores. O processo estava muito avançado. 
 

CARTA MAIOR: O maior desconforto foi o namoro com o prefeito Gilberto Kassab?
 

HADDAD: Não chegou a ser namoro porque sequer houve uma aproximação formal. O que houve foram duas ou três conversas com dirigentes do PSD sobre uma remota possibilidade de o partido me apoiar – o que ocorreria se, e somente se, o [José] Serra [PSDB] não saísse e o PSDB se recusasse a apoiar o Afif, que era um cenário pouco provável. Eu sempre disse, desde que o assunto ganhou os jornais, que nós éramos a terceira prioridade do prefeito, que antes vinham o Serra e o Afif, e que a nossa prioridade é outra, são os partidos da base aliada do governo Dilma. Sempre ficou claro que ele [Kassab] iria caminhar para um lado e nós iríamos caminhar por outro. 
 

CARTA MAIOR: O PT valorizava essa possibilidade, numa estratégia de romper a hegemonia do PSDB junto à classe média conservadora paulistana? 
 

HADDAD: O interesse no PSD, ao meu ver, tem muito mais a ver com a filiação do [Henrique] Meirelles [ex-presidente do Banco Central], que foi ministro do governo Lula por oito anos. O presidente [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] considerou que essa seria uma chapa interessante, complementar. Desde a vitória de 2002, quando compôs a chapa com José de Alencar [empresário e então filiado ao PL], isso sempre contou nas reflexões de Lula sobre a composição de chapa. Ele entendia que o Meirelles tinha um perfil muito interessante. Se Meirelles tivesse se filiado ao PMDB, Lula também iria atrás de uma composição. Nas conversas que tive com o presidente, a hipótese de ter uma chapa com dois ministros de seu governo o agradava. 
 

CARTA MAIOR: O Lula, então, não forçou a barra para uma aliança com o PSD?
 

HADDAD: Não, de forma alguma. Ele até recomendou cautela, com medo de que isso não fosse compreendido. 
 

CARTA MAIOR: E o apoio dos pré-candidatos do PT que desistiram da prévia?
 

HADDAD: Acho que é muito importante o partido estar coeso em torno da campanha e nós todos em campo – o presidente Lula, Marta e todos do partido. Mas eu não reduziria a questão a isso. Há um conjunto de problemas a serem enfrentados. Nós fomos muito prejudicados pela questão da TV e praticamente não teremos inserção no primeiro semestre. Todos os outros partidos terão. Isso traz um prejuízo enorme para um estreante, que nunca disputou uma eleição, nunca teve programa de televisão. Nós temos que lidar com isso. 
 

CARTA MAIOR: Como?
 

HADDAD: Nós estamos formulando programa de governo e circulando os bairros para colher subsídios. São dois dias de estudo fora do escritório, nos bairros, e três dias de estudo interno, em que eu recebo técnicos e acadêmicos para colher dados para a elaboração do programa – que, para a minha surpresa está indo bem demais. Acho que nós vamos chegar num diagnóstico e numa formulação para apresentar à cidade que seguramente até maio. 
 

CARTA MAIOR: Você tem um diagnóstico preliminar da cidade?
 

HADDAD: Acho que os erros cometidos já estão diagnosticados. Por exemplo, no caso dos transportes, é evidente que não houve uma aceleração das obras do Metrô, apesar do aumento de investimento. Houve aumento de custos: o dinheiro adicional só serviu para pagar mais a mesma coisa, os mesmos dois quilômetros todo ano. Todo o sistema de transporte foi relegado a segundo plano: o Metrô está muito aquém do que o de qualquer outra metrópole, houve o abandono do sistema de ônibus e não se tem a compreensão de que São Paulo precisa de um sistema multimodal. E falta parceria com o governo federal. A adesão ao PAC Mobilidade traria muitos recursos para São Paulo, mas se dinheiro não chegou, foi por falta de interesse local. 
 

CARTA MAIOR: A moradia de baixa renda hoje é um problema?
 

HADDAD: É um grande problema. São Paulo teve o pior momento nesse quesito. Nunca se produziu tão poucas moradias populares na cidade de São Paulo. Qualquer gestão, de direita ou de esquerda, não importa, produziu mais moradias do que as construídas nos últimos sete anos. Hoje a estimativa é de que 20 mil famílias estejam recebendo Bolsa Aluguel, mas sem perspectiva de casa própria, e logo deixarão de receber esses recursos porque existe um limite a partir do qual, por lei, a cidade não pode continuar pagando. Não há ofertas de moradias populares em São Paulo e a remoção de famílias de moradias precárias, em áreas de manancial e áreas de risco, deveriam ter sido combinadaa com um programa de construção de moradias, como o Minha Casa, Minha Vida. Isso não aconteceu.
 

CARTA MAIOR: Quais são suas vantagens em relação ao Serra?
 

HADDAD: Serra não fez uma reflexão sequer sobre a cidade quando disputou a prefeitura de São Paulo. Até porque estava de passagem, ele não se debruçou sobre as questões urbanas. Aliás, ele não tem reflexão sobre as questões urbanas. Como candidato que disputou cinco das últimas seis eleições, acho muito provável que ele tenha pretensões, se eleito, de disputar 2014. Estará de novo de passagem. E a cidade fica sempre como um degrau, um apoio para outras pretensões. São Paulo não suporta mais isso. 
 

CARTA MAIOR: A questão é estar de passagem ou capacidade de pensar a longo prazo?
 

HADDAD: Na verdade, mesmo quando nós levamos em consideração a experiência do Serra no Ministério do Planejamento, nota-se que não se trata de uma pessoa que lida com facilidade com o planejamento. Ele não soube elaborar um plano plurianual. Isso era tarefa dele e quatro anos depois nós tivemos uma restrição de energia elétrica que foi a maior da história do país. Não houve planejamento de longo prazo lá e não haverá cá. Sem planejamento não se muda nada que é estrutural; muda-se a conjuntura, mas não a estrutura das coisas. É só comparar o que foi feito no setor elétrico por ele e pela Dilma [como ministra de Lula]. 

No caso do Plano de Desenvolvimento da Educação, que está até hoje em vigor, fizemos planejamento até 2021. Quando assumi o MEC, no segundo mandato do presidente Lula, lançamos um plano com metas delineadas até 2021 e dificilmente alguém vai revê-lo. Na cidade, não se sabe o que vai acontecer, não sabe sequer o que está acontecendo hoje [dia 5, segunda, início da greve de caminhões que terminou dia 8, quinta]. Durante a gestão de Marta Suplicy, eu trabalhava com [João] Sayad [na secretaria de Finanças]. Começamos a desenhar o que seria São Paulo dali algumas décadas: o sistema de transportes, a questão dos resíduos sólidos, iluminação pública, educação com os CEUS, tudo isso foi pensado estruturalmente, mas muitas dessas coisas foram abortadas a partir de 2004. 
 

CARTA MAIOR: Como você interpretou a pesquisa Datafolha do início do mês?
 

HADDAD: Apesar de cientista político e acompanhar até com interesse as pesquisas, não consigo me sensibilizar com elas tanto tempo antes da eleição, sobretudo porque é a minha primeira eleição. Nessas alturas, elas têm muito mais impacto no jogo de barganha (o aliado pergunta, “o que garante que você vai estar bem daqui a seis meses?”) do que propriamente no ânimo das pessoas que estão envolvidas na minha candidatura.

CARTA MAIOR: As pressões aumentaram?

HADDAD: Não há pressão. Apenas as pesquisas postergaram alguns acordos.

CARTA MAIOR: O preço aumentou?
 

HADDAD: Não, não é isso. Na verdade, as pesquisas interditam as negociações por mais tempo. É um jogo de adiar, deixar as conversas para depois. Mas, enfim, o PT já concorreu sozinho, já concorreu coligado, já concorreu com chapa pura, já concorreu com um amplo espectro de apoio. E nem sempre o apoio leva à vitória. Em 2002, o presidente Lula não tinha tantos aliados e ganhou as eleições. Compôs depois com outros partidos, porque a democracia tem três turnos: o primeiro, o segundo e o governo. Em algum momento, ou nas eleições ou depois da posse, vai ser preciso fazer um acordo.

CARTA MAIORÉ uma tarefa possível quebrar a hegemonia do PSDB em São Paulo?

HADDAD: Aqui em São Paulo, essa é uma tarefa difícil em qualquer hipótese. Há aqui um pensamento conservador muito consolidado, historicamente saturado, que dá sempre um peso muito forte para qualquer plataforma do establishment. O candidato do establishment sempre vai ter muito apoio. É difícil romper o conjunto de forças midiáticas e econômicas que se une em torno do status quo.
 

CARTA MAIOR: Qualquer estratégia passaria pela sensibilização de parcela desse eleitorado?

HADDAD: Sim, e se isso acontecer abre-se caminho para a renovação. A conservação e a inovação sempre estão em jogo no Brasil. O governo do presidente Lula foi caracterizado pela inovação – teve erros e acertos, mas sempre inovou, em todas as situações: da política externa à política educacional, da moradia popular à reforma agrária, da política de crédito ao acúmulo de reservas cambiais, enfim, sempre fez coisas diferentes dos seus antecessores. Em São Paulo, o ritmo é sempre o da conservação. A metáfora dos dois quilômetros de metrô por ano dá a medida do que estou dizendo: serão necessários 65 anos para chegar ao que é hoje o metrô do México – mais de seis décadas para que cheguemos ao caos do México – no ritmo atual do governo do Estado. E não há uma indignação em relação a isso. As pessoas vão parando, demoram duas a três horas por dia se deslocando e as coisas vão sendo empurradas, sem que se discuta alternativas. 

CARTA MAIOR: A quebra da hegemonia do PSDB em São Paulo mudaria muito o perfil político do Brasil?

HADDAD: Acho que mudaria. Primeiro, porque a alternância no poder é sempre boa – e nós não temos tido alternância. No Estado, o governo está com o PSDB há 20 anos. Isso não oxigena a máquina. Não é possível se reinventar o tempo todo. Outra coisa é que houve um sopro de renovação no Brasil que varreu boa parte do Nordeste, pensando em Jaques Wagner, Marcelo Déda, Eduardo Campos, Cid Gomes, para citar alguns; chegou ao Rio também: na minha opinião, Sérgio Cabral é uma boa novidade. É uma geração com ideias novas, com vontade de colocar o Brasil numa outra rota, de pensar o país grande. Aqui, o peso de uma renovação seria ainda maior. Se São Paulo irradiasse o novo, isso teria um efeito muito grande sobre o país. Hoje, São Paulo está estagnado. Se você pegar qualquer livro ou artigo sobre desenvolvimento nacional, o Brasil vai ser referência, mas se o livro for sobre metrópoles, São Paulo não é citado, a não ser pelos problemas que enfrenta. 

Na gestão da Marta, as pessoas vinham conhecer o bilhete único, os CEUs, os corredores de ônibus. Estava começando um processo de rejuvenescimento da cidade, como Nova York, Santiago e Bogotá viveram, como Curitiba ao seu tempo, e como cidades na Ásia, sobretudo na Índia e na China, estão vivendo. Hoje, São Paulo tem pouco a ensinar, porque foram oito anos de muita calmaria, muito dinheiro arrecadado e pouco impacto na qualidade de vida da população. Da porta para dentro de casa o paulistano reconhece que sua vida melhorou, em função do que o governo Lula propiciou, mas da porta de casa para fora, onde o cara depende do poder local a vida ficou mais dura. 

CARTA MAIOR: Qual a mensagem que você teria para todos os paulistanos? O que sensibilizaria a cidade como um todo? A questão da mobilidade?

HADDAD: A questão da mobilidade sem dúvida, que é onde o poder público está devendo demais. Há estagnação de investimentos. O ritmo de obra não vai dar conta. E a tendência, se o Brasil continuar crescendo, é piorar, porque as pessoas vão cada vez mais migrar para o transporte individual. Se o transporte público não responder, o cidadão vai dar a resposta, comprando um carro, uma moto, e resolvendo individualmente um problema que teria de ser resolvido de forma coordenada. É uma questão de vaso comunicante: melhorou a renda, comprou um carro. E vai tudo parando. O que está acontecendo do ponto de vista econômico é isso: as pessoas estão ganhando mais e saindo do transporte público por falta de anternativa. Isso vai continuar acontecendo se nada for feito e pouco está sendo feito na direção correta.

CARTA MAIOR: Este é o centro de seu programa?

HADDAD: Não. Considero que uma visão estratégica é fundamental. São Paulo não tem uma visão de longo prazo sobre si mesma. Nós temos um problema gravíssimo de centralização de serviços e oportunidades econômicas que não foi enfrentado até hoje. A cidade é uma megalópole com 31 subprefeituras esvaziadas do ponto de vista de poder resolutivo. A oferta de serviços públicos não é uniforme. Existe um problema de logística na cidade que não envolve só transporte, mas o investimento que está sendo feito. Não há uma política de descentralização e isso agrava o problema.

CARTA MAIOR: Que papel que o Lula vai ter nessa eleição? Você seria uma candidatura viável sem o Lula?

HADDAD: Essa pergunta é difícil de responder quando dirigida ao PT, imagina dirigida a mim. O Lula é um político único. Desde os meus 15 anos de idade, tudo o que vejo acontecer na política nacional está relacionado a ele: se vai ter eleição direta ou não, se vai ter constituinte exclusiva ou não, se vai ter reeleição ou não. A política toda gira em torno dele desde final dos anos 70 vai continuar girando. É a liderança em torno da qual orbitam os demais interesses. Falar do Lula é falar de uma personalidade que tem a força e a frequência de um cometa, é uma vez a cada 70 anos. Quem me convidou foi ele. Ele me sondou numa conversa em que eu disse que pretendia deixar o governo federal e voltar para São Paulo. “Olha, se você precisa renovar, vamos enfrentar São Paulo.” Lula me perguntou se eu queria – e respondi seria uma experiência extraordinária. Eu me encantei com a ideia de fazer uma gestão em São Paulo com a visão de longo prazo que São Paulo não tem, apesar de sua dimensão.

CARTA MAIOR: Você acha que os dois governos Lula serviram para quebrar aqui em São Paulo essa resistência ao prório Lula?

HADDAD: Nós temos que admitir: depois de oito anos de Lula a presidenta Dilma perdeu a eleição na cidade, mas ampliou em relação à eleição de 2008, em que a Marta teve 36%. Antes já havia ocorrido um refluxo. Nós ganhamos a eleição de 2000 na capital, ganhamos em 2002 e perdemos em 2004. Fizemos 39,5% em 2008, e em 2010, 46,5%. Se não fossem alguns episódios, a Dilma teria feito mais de 50%.

CARTA MAIOR: Você acha que existe uma medida preventiva contra uma onda conservadora? O episódio do kit gay foi um ensaio, não foi?

HADDAD: Esse é o típico não assunto: a liberação de uma emenda ao orçamento e a entrega de um material que foi considerado inadequado e não foi distribuído. Resume-se a isso o episódio. Escreveu-se mais do que isso do que o aumento da qualidade da educação no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), ou a expansão da educação profissional, ou a expansão da educação superior. Está tudo melhorando na educação, mas se passa meses discutindo um não evento. É incrível a capacidade da mídia de pautar não problemas, não assuntos, não eventos. A população não é informada do que é estrutural e realmente relevante.

CARTA MAIOR: É factível para o PSDB assumir um discurso agressivo, udenista, nessas eleições? O livro “Privataria Tucana” não pode inibir esse tipo de discurso?

HADDAD: O quanto a pessoa está disposta a perder o verniz é proporcional ao desespero de perder a eleição. E digamos que perder essa eleição, no caso do nosso adversário, representaria uma derrota dura. Eu não me surpreenderia se forças obscurantistas fossem mobilizadas, se o quadro lhe retirar o favoritismo que todos dizem que ele (Serra) tem. Daí o desespero bate. Nem todo mundo tem elegância ao participar do jogo eleitoral.

CARTA MAIOR: E você vai ser elegante?

HADDAD: Vamos pegar o caso do presidente Lula. Ele foi atacado várias vezes, teve material para pagar na mesma moeda e sempre abdicou disso. São conhecidas as histórias em que o presidente Lula foi sondado sobre se usaria determinada informação, e ele disse que não. Algumas são públicas. Por exemplo, quando se imaginava que o PT pudesse usar o suposto caso do filho do ex-presidente Fernando Henrique e o presidente Lula respondeu para o seu interlocutor que se dependesse disso ele preferia não ser presidente da República. E sofreu esse tipo de ataque em 1989, de envolvimento de assuntos de sua família na campanha, e nunca revidou. Existem perfis de candidatos. A presidenta Dilma também preferiu ir para o debate político.

CARTA MAIOR: Você acha que ganhar essa eleição é importante para a quebra da hegemonia do PSDB no Estado?

HADDAD: Eu entendo que o Brasil não vai voltar a ser o que era nunca mais depois dos oito anos do presidente Lula com a continuidade. A cada eleição se consolida um patamar de exigência diferenciado. Hoje o Brasil é um país mais crítico, mais democrático, mais reflexivo, mais exigente. O Nordeste nunca mais vai ser o mesmo, com a superação de uma realidade de poder daquelas oligarquias atrasadíssimas. Eu não tenho dúvida de que o Brasil poderia mais, se não fosse essa âncora conservadora [em São Paulo]. Tem uma bola de ferro no nosso pé que ainda segura muito o país. E nós já deveríamos ter perdido o medo de avançar, porque depois que você avança e vê que é bom, deveria querer mais, mas ainda tem gente indisposta com o progresso, com o desenvolvimento humano. 

Está mais do que provado que quando há combate de desigualdade todo mundo ganha. A visão de que está tudo ruim porque agora todo mundo anda de avião, e os aeroportos estão lotados, é errada. O mesmo empresário que reclama dobra o seu lucro no seu negócio, porque as pessoas compram mais. E tem um despertar para várias coisas. As pessoas vão ter de se habituar com isso. O Brasil ultrapassou a China em taxas de escolaridade. A escolaridade média é similar aqui e na China, mas na velocidade de aumento foi diferente. Nos últimos 10 anos, o Brasil passou de 3,5 milhões de universitários para 6,5 milhões. E pessoas educadas são diferenciadas, não apenas porque ganham mais, mas porque se colocam de forma diferente em relação à sociedade. 

Temos que nos habituar a isso. Hoje muitas pessoas até fazem trabalho doméstico, mas esse tipo de atividade é usado como uma escala para os que estão estudando, estão fazendo um curso técnico, uma faculdade, e dali a pouco já estarão em outra atividade. A transformação social é muito visível. Mudou o perfil do trabalhador. O problema não é lavar pratos, mas passar a vida inteira lavando pratos. Não pode um indivíduo pagar por toda a espécie.

 

 

segunda-feira, 12 de março de 2012

Dilma tem vitória histórica no futebol

Não há mal que sempre dure | Blog do Juca Kfouri

 

 

Não há mal que sempre dure


Ricardo Teixeira já era.

O Sargento Garcia prendeu o Zorro.

O país, não apenas o futebol, tem o que comemorar.

Ele sai não apenas da CBF, mas, mais importante, também do COL.

O que permite pensar numa Copa do Mundo mais transparente, numa óbvia vitória do governo Dilma Rousseff.

Sobre o futebol é preciso repetir que o problema é estrutural e que quem entra na CBF não muda nada, é troca de seis por meia dúzia, e ainda mais velha.

domingo, 11 de março de 2012

PSDB contra a educação: agora querem cortar o "vale coxinha"

SINDSAÚDE-SP: Ato/Assembleia contra os cortes de direitos dos trabalhadores e Campanha Salarial 2012

 

Ato/Assembleia contra os cortes de direitos dos trabalhadores e Campanha Salarial 2012

 

Por SINDSAÚDE-SP

Segunda-feira, 5 de março de 2012

No dia 15 de março as 10:00h na Secretaria de Saúde vamos realizar ato/assembleia contra a redução do vale-coxinha e as tentativas do governo estadual em implementar 40 horas semanais para os administrativos e o corte do adicional de insalubridade.



Estamos no mês de março e por mais que o governo sempre queira não reconhecer a nossa data-base, já entregamos a nossa pauta de reivindicações no 1º de março e até agora nada, portanto, além do ato vamos realizar assembleia para deliberar questões da nossa campanha salarial 2012.

Tucanos contra a liberdade na internet

Tucanos não desistem de censurar a internet | Os Amigos do Presidente Lula

 

Tucanos não desistem de censurar a internet

Depois da proposta do AI-5 digital do deputado Eduardo Azeredo (PSDB/MG), outro deputado tucano, Fábio Feldman (PSDB/SP), propõe um projeto semelhante ao SOPA estadunidense, transformando o Comitê Gestor da Internet (CGI.BR) em polícia da rede em busca de casos de violação de direitos autorais em sites e blogs.



O SOPA (Stop Online Piracy Act) delegaria ao governo dos EUA o bloqueio de qualquer site que violasse direitos autorais, mas uma fortíssima campanha de mobilização na internet fez a maioria dos parlamentares dos EUA mudarem seus votos, rejeitando o projeto.



O SOPA tucano já provoca ira nas redes sociais. O embrionário Partido Pirata do Brasil declarou: "os tucanos liderados pelo pai do AI-5 Digital Azeredo, querem mesmo controlar a internet no Brasil".

 

sábado, 10 de março de 2012

Sabem por que os tucanos torcem pelos republicanos nos EUA?

A oposição dos republicanos à educação | Brasilianas.Org

 

A oposição dos republicanos à educação


Da Folha

Ignorância é força

PAUL KRUGMAN

É notável que a nova hostilidade à educação seja compartilhada por duas alas do Partido Republicano

Uma das coisas excepcionais que os norte-americanos sempre demonstraram era apoio à educação. Primeiro, assumimos a liderança no ensino primário universal; depois, o "movimento pela educação secundária" fez de nós a primeira nação a criar uma estrutura universal de ensino de segundo grau.

E, depois da Segunda Guerra Mundial, ajudamos grande número de norte-americanos a obter diplomas universitários.

Mas agora um de nossos dois grandes partidos políticos fez uma curva abrupta à direita e se opõe à educação. É notável que essa nova hostilidade à educação seja compartilhada pela ala socialmente conservadora e pela ala economicamente conservadora do Partido Republicano, hoje representadas pelos pré-candidatos Rick Santorum e Mitt Romney, respectivamente.

E isso tudo acontece em um momento no qual a educação já está enfrentando sérios problemas.

Quanto à hostilidade: Santorum conquistou manchetes ao declarar que o presidente Obama quer aumentar o número de pessoas matriculadas no ensino superior porque as universidades são "fábricas de doutrinação" que destroem a fé.

Mas a resposta de Romney a um aluno do segundo grau preocupado com os custos de uma educação universitária talvez seja mais significativa, porque o que ele disse aponta para escolhas políticas concretas que solapariam ainda mais a educação nos Estados Unidos.

Eis a resposta do candidato ao estudante: "Não escolha a universidade com o preço mais alto. Procure uma escola com preço um pouco menor na qual possa obter uma boa educação. Com sorte, você a encontrará. E não espere que o governo perdoe as dívidas que contrairá para bancar seus estudos".

Uau. Lá se vai a tradição norte-americana de prover assistência aos estudantes. E as declarações de Romney eram ainda mais cínicas e destrutivas do que você talvez tenha percebido, tendo em vista o que vem acontecendo recentemente.

Pelas duas gerações passadas, escolher uma escola mais barata em geral queria dizer optar por uma universidade pública. Mas, hoje em dia, o ensino superior público enfrenta cortes de orçamento ainda mais severos que o restante do setor público. Considerada a inflação, o apoio dos Estados ao ensino superior caiu em 12% nos últimos cinco anos, enquanto o número de alunos continuava a crescer; na Califórnia, as verbas públicas para o ensino superior caíram em 20%.

Ao longo dos últimos 30 anos, surgiu uma desconexão chocante entre os imensos avanços de renda dos mais ricos e as dificuldades dos trabalhadores. Pode-se propor o argumento de que o interesse da elite norte-americana seria melhor atendido pela preservação dessa desconexão, o que significa manter baixos a qualquer custo os impostos dos mais ricos, não importando as consequências que a infraestrutura que serve aos mais pobres sofra.

Assim, sempre que você ouvir que os republicanos são o partido dos valores tradicionais, tenha em mente que, na realidade, eles romperam com a tradição dos EUA de valorizar a educação. E o fizeram porque acreditam que aquilo que você não sabe não pode prejudicá-los.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

 

quinta-feira, 8 de março de 2012

Fábula para um defunto

Uma fábula: O coelho, a cobra e… Zé Serra | Blog do Rovai

 

Uma fábula: O coelho, a cobra e… Zé Serra

Um amigo me enviou uma fábula sensacional…

Numa manhã, um coelho cego estava descendo para a sua toca quando dá um encontrão numa grande cobra que ali estava.

– Desculpe-me – disse o coelho –, não tinha a intenção de trombar com você, é que eu sou cego!

– Não há problema – responde a cobra –, a culpa foi minha, não percebi você chegar. É que eu também sou cega! Mas, por outro lado, que tipo de animal é você?

– Bem, na verdade não sei, sou cego, nunca me vi. Talvez você me consiga examinar e descobrir que tipo de bicho sou eu.

Então, com a ponta da língua e as narinas, a cobra examinou o coelho:

– Bem, você é macio, tem longas e sedosas orelhas, uma cauda que parece um pompom e um pequeno nariz. Você deve ser um coelho!

O coelho ficou tão contente que dançou de alegria.

Então a cobra disse que também não sabia que tipo de animal ela era e o coelho concordou em tentar descobrir.

Após ter examinado a cobra, com as patas e o nariz, o coelho respondeu:

– Você é duro… frio… escorregadio… viscoso… não tem cabelos… dá a impressão de andar sorrateiramente… parece traiçoeiro… inspira medo… você deve ser o Zé Serra!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Lembra quando a mídia tucana falava que o Minha Casa, Minha Vida era uma farsa?

Minha Casa, Minha Vida contratou 457 mil novas moradias em 2011 | Blog Dilma Rousseff

 

Minha Casa, Minha Vida contratou 457 mil novas moradias em 2011

O programa Minha Casa, Minha Vida investiu R$ 10 bilhões e contratou 457 mil novas moradias em 2011. Os dados foram apresentados hoje (7) pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, durante balanço de um ano do programa. 

O Minha Casa, Minha Vida já totaliza a contratação de quase um milhão de moradias. Entre unidades habitacionais e financiamentos habitacionais, somam-se 929.043 contratações. “Estamos dentro do previsto na curva de contratações”, disse a ministra. O programa também é responsável pela urbanização de 420 assentamentos precários.

O setor habitacional foi um dos destaques do primeiro ano do PAC 2. Dos R$ 204,4 bilhões investidos em 2011, R$ 75,1 bilhões correspondem ao financiamento habitacional.

As empresas estatais executaram R$ 60,2 bilhões e o setor privado respondeu por R$ 35,3 bilhões. Os recursos do Orçamento Geral da União para o setor correspondem a R$ 20,3 bilhões.

O Programa Minha Casa, Minha Vida representou R$ 10 bilhões; o financiamento ao setor público, R$ 2,7 bilhões; e a contrapartida de estados e municípios, R$ 800 milhões. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, os investimentos farão com que o setor habitacional continue “crescendo a taxas expressivas”.

“Isso nos dá bastante satisfação pois é uma área que gera bastante emprego”, afirmou Miriam Belchior ao referir-se aos investimentos no setor habitacional.

Analise do PIB de 2,7%

Tijolaço – O Blog do Brizola Neto » Blog Archive » O pior do novo é mais que o melhor do velho

 

O IBGE confirmou os números do Banco Central sobre a evolução do PIB em 2011: expansão de 2,7%.

Pouco, de fato, diante das previsões de 4,5% feitas no início do ano.

Mais, porém, que a média dos oito anos de FHC (2,3%) e um pouco mais que a média do primeiro período Lula (2,6%)

E muito, por dois fatores.

O primeiro, os efeitos devastadores da crise mundial, que jogaram no negativo as economias do mundo desenvolvido e, até mesmo, refrearam de forma inédita o expansionismo econômico da China, que com seu câmbio controlado, é quem passa por menos problemas ante a avalanche de US$ 8 trilhões que, desde o final de 2008, inflacionaram o mundo através das injeções do governo americano e da União Europeia.

O câmbio, atingido em cheio por este “tsunami” foi, como você vê no gráfico,o responsável pelo item mais negativo para a expansão do PIB: as importações, que cresceram três vezes acima da expansão da economia.

O segundo fator – e os dois merecem ser considerados uma unidade – são as outras partes, além do câmbio, do tripé neoliberal do qual ainda não nos livramos completamente: inflação e  juros.

O ano começou com uma ação forte – e mais importante que isso, crescente  – de contenção da atividade econômica, como antídoto à inflação. Obvio que, àquela altura, não se poderia prever que a crise externa se tornaria também um outro depressor da economia e, na prática, o resultado foi uma “overdose” que atirou a economias a partamares mais baixos do que se previa.

Agora, ao contrário, a queda contínua da inflação – que, para desespero dos “roda-presa” vai chegar muito perto do centro da meta, de 4,5% ao ano – estimula uma recuperação progressiva do consumo e a redução mais ousada da taxa de juros.

Por isso a questão cambial tem tomado o centro das atenções da área econômica e as constantes advertências de que se imporá controles ao fluxo de capitais.

Por isso a reação dos países ricos criticando o “protecionismo” brasileiro, que não é, nem de longe, suficiente para compensar o artificialismo que o câmbio induz às relações de troca e, portanto , à dinâmica interna da economia.

Seja como for, nenhuma medida será capaz de revitalizar sozinha o desequilíbrio amplamente favorável ao país em matéria de balança comercial. É urgente -  e estratégico – prosseguir num fortalecimento do mercado interno, de um lado, e na seletividade das encomendas industriais do setor mais promissor da economia,sobre o qual remanesce o controle estatal: o petróleo do pré-sal, além da agroindústria e da mineração, onde o petencial brasileiro nos confere vantagens estratégicas.

E, de outro lado, via redução dos juros e, com isso, do serviço e dos encargos da dívida, aliviar o Estado brasileiro da sangria permanente que nos obriga a uma carga tributária paralisante sobre setores vitais da economia e apequena a capacidade pública de investimento – estatal e paraestatal – sem a qual jamais nos tornaremos um país desenvolvido.

terça-feira, 6 de março de 2012

Serra e a boa notícia.

Guilherme Scalzilli: Serra é a boa notícia

 

Serra é a boa notícia



O teatro midiático do “lançamento” da pré-candidatura de José Serra visava municiar as pesquisas de opinião e as negociações de bastidores arquitetadas pelo PSDB. Com elas, o partido tentará refazer o tripé de forças que esteve por trás de suas últimas vitórias na capital e no Estado: a) união partidária, que garanta investimentos, infra-estrutura e coesão propositiva; b) uma tropa de choque formada por legendas menores, que assuma a pauta negativa da campanha e forneça valioso tempo de propaganda televisiva; e c) uma retaguarda obscura de candidatos legislativos da própria esquerda, cooptados para dissimuladamente prejudicar Fernando Haddad.

É sabido que a hipótese Serra já nasce claudicante nesses três alicerces. Ela divide o PSDB, mina o desenvolvimento de novos quadros tucanos e carrega o estigma das baixarias que dominaram a última campanha presidencial. O receio de contaminação pela repulsa de mais de um terço do eleitorado (e de toda a fauna progressista) tende a afastar aventureiros e “independentes”.

O cenário inicial da disputa não poderia ser mais favorável ao PT. Ele ficará livre do malévolo encosto kassabista, já rechaçado pela militância, e ganhará um concorrente vulnerável – as suspeitas levantadas no livro “A privataria tucana” e o vexatório episódio da renúncia ao cargo de prefeito em 2006 tendem a neutralizar o editorialismo serrista dos grandes veículos. Gilberto Kassab, receando ser trucidado por todos os pleiteantes sem poder defender-se, aos poucos rumará para a neutralidade que convém aos acordos do PSD no resto do país. Gabriel Chalita e Celso Russomano, que sonham em polarizar com o PT num eventual segundo turno, disputarão ferozmente o eleitorado conservador de Serra.

A má notícia, porém, é que tantas vantagens aumentam a responsabilidade e a importância da cúpula petista de São Paulo. Nas últimas campanhas locais, ela demonstrou uma incapacidade atroz de aglutinar lideranças do partido, de promover estratégias coerentes nas articulações sucessórias regionais e de produzir uma comunicação eletrônica eficaz nas campanhas majoritárias mais importantes. Fechou acordos que favoreciam grupos restritos de interesses, avalizou projetos locais espúrios, financiou concepções equivocadas de propaganda e, acima de tudo, esfriou o ímpeto combativo dos militantes, maior trunfo histórico do petismo.

Pode-se reclamar eternamente do apoio da grande mídia a Serra. Como explicação para a derrota, no entanto, já não serve mais.

Serra: o mais preparado ou a piada pronta?

CRÔNICAS DO MOTTA: Piada pronta

 

Piada pronta



A entrada de José Serra na corrida sucessória para a prefeitura paulistana deu inteira razão àqueles que acham que a política não é coisa séria.

Serra, por si só, já é um desses personagens que o tempo encarregou de tornar mais ridículos, com aquele seu ar de intelectual formado pelo almanaque Capivarol, aquelas frases que parecem ter saído da boca do Conselheiro Acácio e o ar soturno que lembra o cardeal Richelieu.

É incrível como tem gente que ainda diz coisas tão absurdas como "o Serra é competente"!

O Serra é, como dizem, a piada pronta.

Agora, então, está numa fase esplendorosa.

Sua atuação, desde que resolveu, bem ao seu estilo, atropelar os ritos formais que tentavam dar um ar de seriedade à escolha do candidato tucano à prefeitura paulistana, tem sido um primor.

Aquela do "Estados Unidos do Brasil", tendo como escada o ex-jornalista "Boris é uma vergonha" Kasoy, outra caricatura ambulante, é para figurar em qualquer antologia das maiores besteiras jamais ditas por um político em todos os tempos.

Se bem que, com Serra, a seleção desses piores momentos seja uma tarefa complicada. Basta lembrar, por exemplo, o episódio da "gripe suína" : "Ela (a gripe suína) é transmitida dos porquinhos para as pessoas só quando eles espirram. Portanto, a providência elementar é não ficar perto de porquinho nenhum", disse certa vez, para tranquilizar a população sobre os riscos de uma epidemia da doença em São Paulo.

O homem é fogo mesmo.

Com ele, uma campanha eleitoral é garantia de muitas emoções.

Principalmente hoje quando a oposição está de posse das informações do livro "A Pirataria Tucana", que exalta as qualidades, vamos dizer assim, "capitalistas", do nosso personagem.

É ver para crer.

E enquanto isso, vamos torcer para que os Datafolhas da vida continuem com o nobre trabalho de dar fôlego à sua candidatura.

30%, 35%, 49%, 52%...

Afinal, ele é ou não o nosso herói, o homem que levou uma surra do ignorante Lula e outra do "poste" Dilma?

Não é o sujeito que assinou declaração passada em cartório dizendo que iria cumprir integralmente seu mandato de prefeito paulistano?

Não é o político que limpa as mãos com álcool depois de apertar as de seus eleitores?

Não é o economista brilhante que escolheu o Estadão e a Folha para publicar suas "teses"?

Com todo esse currículo, nada mais justo que Serra dê a sua contribuição ímpar para tornar esta uma campanha inolvidável.

E que continue a nos fazer rir nas muitas outras que virão.

 

segunda-feira, 5 de março de 2012

Recorde mundial: Serra não cumpre mandato desde 1995

Serra não cumpre mandato desde 1995 | Macro PT ABC

 

Serra não cumpre mandato desde 1995

O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) não cumpre um mandato integral há 17 anos. O tucano, que oficializou sua intenção de concorrer nas prévias internas na terça-feira, depois de deixar a cadeira da Câmara dos Deputados, em 1995, coleciona uma sequência de descumprimentos ao cargo eletivo assumido. Foram outras duas interrupções consecutivas antes do término: Serra saiu da prefeitura paulistana, em 2006, após ficar apenas um ano e três meses no Executivo para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes e abandonou, em 2010, para se candidatar à Presidência.

O tucano ocupou os cargos de ministro do Planejamento de 1995 a 1996 e ministro da Saúde de 1998 a 2002. No mesmo ano, ele foi candidato à Presidência, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para não perder o poderio eleitoral, entrou na disputa pela Capital na eleição de 2004, venceu, mas afastou-se em 2006. Deixou nas mãos do vice Gilberto Kassab, hoje no PSD, mesmo tendo assinado uma carta, ainda durante a campanha, comprometendo-se a permanecer no posto até o fim do mandato.

Como governador ficou de janeiro de 2007 a abril de 2010, quando renunciou o cargo - deixado nas mãos de Alberto Goldman - para se candidatar pela segunda vez à Presidência. Serra já exerceu também os mandatos de deputado constituinte de 1987 a 1991, deputado federal de 1991 a 1995. Demonstrando-se ávido pelo majoritário, em 1988, foi candidato pela primeira vez à prefeitura de São Paulo mas, em uma eleição ainda sem segundo turno, foi derrotado. Depois de oito anos, concorreu novamente ao cargo, amargando outro revés.

Na entrada da disputa eleitoral, ele justifica ser fruto de uma necessidade. Atualmente, garante que vai completar os quatros anos do governo paulistano, caso seja eleito, assegurando que não disputará o pleito presidencial de 2014. "Vou cumprir o mandato de prefeito por quanto tempo o mandato durar, ou seja, até 2016." Indagado se daria para prometer se, nesta oportunidade, não deixaria o Executivo, Serra refutou repetir os precedentes do passado. "Exercerei os quatro anos, isso é mais que uma promessa."

O professor da Fundação Escola de Sociologia e Política, Rui Tavares Maluf, adianta que o fato será "imensamente usado pelos adversários". Segundo ele, a situação recorrente, até agora, teve pouco efeito no resultado final, mas a "federalização do pleito" vai dificultar o processo eleitoral. "Fica complicado convencer o novamente o eleitorado. Vejo que atenuaria (a condição) dependendo da escolha do vice."

Serra, no entanto, não descartou voltar a disputar à Presidência no futuro. Ele afirmou que um sonho pode "permanecer adormecido" por muito tempo. "Estou no auge da minha energia", disse ele, evitando fazer conjecturas políticas se a corrida ao Palácio do Planalto se daria em 2018.

Tavares argumenta que as declarações de Serra ficam incompatíveis ao comentar o fato de não entrar no pleito de 2014. "Ele sempre diz que tem o sonho de ser presidente. Não é nenhum garoto (completa 70 anos dia 19). Essa chance pode ser a última ao cargo."

Fonte: Fábio Martins - DGABC

domingo, 4 de março de 2012

Quase 70% dos paulistanos acham o Serra mentiroso

66% não acredita em Serra e acham que ele deixaria prefeitura | Os Amigos do Presidente Lula

 

66% não acredita em Serra e acham que ele deixaria prefeitura

Serra está usando a candidatura a  prefeitura de São Paulo para alcançar Presidência da República. Não  ser inteligente  para perceber.

 

A maioria dos eleitores crê que Serra quer ser presidente da República, não prefeito de São Paulo.

 

Eleito prefeito em 2004, Serra abandonou a poltrona em ano e três meses depois, para concorrer ao cargo de governador de São Paulo, em 2006. Elegeu-se, mas empurrou para dentro de sua biografia uma mágoa que o eleitorado, segundo o Datafolha, não esqueceu.
De acordo com o instituto, 76% dos paulistanos lembram que Serra renunciou à prefeitura depois de ter assinado documento comprometendo-se a cumprir os quatro anos de mandato. Para 66%, ele procedeu mal. Na opinião de 70%, Serra não deveria repetir o gesto.




Pois bem. Há três dias, ao assumir-se como candidato, Serra voltou a prometer que, eleito em 2012, cumprirá a integralidade do mandato. “É mais do que promessa”, declarou. E quanto ao projeto presidencial? “Está adormecido. Pelo menos até 2016”, disse.
Os pesquisadores do Datafolha foram ao meio-fio na quinta e na sexta-feira, nas pegadas da entrevista de Serra. Para desassossego do tucanato, descobriram que 66% dos entrevistados não acreditam em Serra. Acham que ele vai abandonar a prefeitura novamente, para disputar o Palácio do Planalto em 2014. Pesquisa no blog do tucano Josias da Folha

sexta-feira, 2 de março de 2012

Haddad é o melhor para São Paulo

Alguns mitos sobre as eleições paulistanas | Brasilianas.Org

 

Alguns mitos sobre as eleições paulistanas


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1o Mito - o de que Fernando Haddad não será um candidato competitivo.

Aliás, é inacreditável a falta de fé na candidatura por parte de lideranças petistas. É do mesmo molde da incredulidade inicial que cercou a candidatura de Dilma Rousseff.

Haddad tem a seu favor um currículo invejável, uma enorme fluência e objetividade no discurso e um conhecimento de São Paulo, acumulado nos tempos em que era braço esquerdo e direito do Secretário das Finanças João Sayad.

Tem a imagem do acadêmico gestor que sabe fazer, cujo parâmetro mais forte é a própria presidente Dilma Rousseff - de acordo com pesquisas, a eleitora mais influente nas eleições paulistanas. A imagem do técnico sem manchas na biografia encaixa-se à perfeição no imaginário da classe média paulistana. Além disso, tem potencial para ser um futuro presidenciável do PT.

Na outra ponta tem-se um político desgastado, cuja blindagem desmoronou expondo, de maneira implacável duas características terríveis: a hipocrisia/falta de palavra e as dúvidas sobre sua vida pessoal.

2o Mito - o de que Gilberto Kassab será um peso morto.

As pesquisas sobre a gestão Kassab estão enviezadas. Por não contar com a simpatia da velha mídia, incluem a avaliação "regular" no campo das negativas. Não é. A desaprovação aparece no quesito "mau" e "péssimo". Se incluir o "regular" nas avaliações positivas, se terá um prefeito bem avaliado. O peso maior será a própria candidatura Serra, não a herança Kassab.