sábado, 31 de dezembro de 2011

O ano em que a mídia se despedaçou.

2011: o ano em que a velha mídia naufragou | Brasilianas.Org

 

2011: o ano em que a velha mídia naufragou


Por Eduardo Ramos

RETROSPECTIVA 2011 – O ano da perda da dignidade da grande mídia

Se eu fosse batizar esse ano, não citaria o primeiro ano de uma presidenta no Brasil, nem o Privataria Tucana, nem vaticinaria a morte do PSDB.

O que mais me marcou em 2011 foi o fim definitivo da coerência e da dignidade da grande mídia no Brasil!

Ora, poderia alguém contestar, isso já se deu há muito tempo, desde que Daniel Dantas e/ou outras forças corromperam de vez a mídia, e junto com José Serra deu as cartas nas redações nos últimos anos. Discordo: esse foi “o processo da morte em si”, mas foi nesse ano que, aos meus olhos, “o fato se consumou”.

Lembro bem do dia exato em que tive essa sensação. Foi num momento até tolo, quase insignificante. Um dos jornais da Globo News, naquela parte em que o apresentador faz uma triangulação entre um dos jornalistas e um convidado, no telão. O jornalista era o George Vidor,  e o convidado, um economista careca, pedante, creio que o tal Alexandre, (esqueci o sobrenome) que o Nassif debocha chamando de “o economista de deus”. De fato, é estarrecedor o que o rapaz é capaz de dizer, o ar de sapiência absoluta, enquanto desfia asneiras de doer.

O coitado do Vidor chegou a ficar sem graça, quando questionou – e fez auto-crítica... – o fato de vários economistas e colunistas de jornais terem metido o pau no Tombini quando o BC iniciou esse movimento de baixa dos juros, antecipando o agravamento da crise na Europa.

O Alexandre “de deus” não se deu por vencido, vaticinou que o BC havia errado, sim, e por mais que o Vidor insistisse, ele batia sempre na mesma tecla, não cedendo um milímetro apesar da lógica irrefutável – e humilde... – do jornalista. A coisa foi tão constrangedora, que ficou parecendo “conversa de bêbado” e o Vidor se viu obrigado a mudar de assunto.

Foi nesse instante, diante dessa cena, pequena em si mesma, grotesca, banal, que percebi que há algumas semanas a mídia já vinha “batendo cabeça” ao longo do ano, de modo sutil, e nessa questão de juros, um constrangimento se plantou de vez. Porque, para atingir o governo mais uma vez, realmente massacraram o BC naquele episódio. O governo estava atacando a independência do Banco Central, Tombini era um fraco, a inflação nos devoraria, a crise européia nem era tão grave, e mais um bando de sandices, cujo único objetivo era ter algo a criticar no governo Dilma.

Com o acerto absoluto da decisão, inclusive do motivo alegado, o que se provou logo ali na frente, a mídia não fez a única coisa digna a ser feita: reconhecer seu erro, e parabenizar o governo e o Banco Central pela coragem de agir no momento certo. Alguns hipócritas falaram que poderia ter começado antes, outros, que o ritmo deveria ser mais prudente. O fato, é que pegos de surpresa, a coerência do discurso se despedaçou, e os argumentos se fragmentaram, contra e a favor, outros totalmente “em cima do muro” – o famoso “temos que esperar para ver se o governo acertou...” – o que não quer dizer coisa alguma.

Só então, percebi a fragilidade absurda desse gigante imponente que chamamos “grande mídia”. Ao perder o foco no que é o alimento natural de sua profissão, (o jornalismo), que é a busca da verdade, a mídia entrou num caminho sem volta, de CRIAR UMA FICÇÃO E MANTÊ-LA A QUALQUER CUSTO! Essa ficção se chama “vamos brincar de escrever e fazer qualquer coisa que ferre o governo!” – Ora, é claro que uma ficção, dentro do mundo real, não pode durar para sempre, por mais poderosos que sejam os agentes por trás da tal ficção.

As paredes começam a ruir, óbvio! São de areia fofa, não do concreto da verdade, da argamassa do jornalismo honesto.

Então, percebe-se que suas pequenas vitórias – a queda de alguns ministros, uma irritação provocada aqui ou ali – são “vitórias de pirro”, inconseqüentes, são “birras”, não constroem e não construirão nenhum perigo real para seu adversário – o governo.

Estão, na verdade, perdidos, sem discurso aprofundado, sem idéias novas, sem ideologias a propor, e, agora, mesmo INTERNAMENTE, começam a se desfacelar, a envergonhar a si próprios, quando não sabem explicar as vitórias do governo e seus prognósticos furados, numa questão simples, como essa do BC abaixar os juros.

Seu denuncismo continuado e exacerbado É PROVA DE SUA FRAQUEZA, NÃO DE SUA FORÇA! Descobrir isso me deixou aliviado, porque demonstra sim, que não têm outra arma para usar – o debate inteligente e honesto, por exemplo... – por isso a repetição exaustiva da única que possuem. Denúncias, denúncias, denúncias...

Antes disso, a tentativa canhestra de opor Dilma à Lula, e logo depois, o deboche bobo de falar do constrangimento de Dilma com a “herança maldita” de Lula – os ministros corruptos – como se Lula não soubesse – e, com certeza, admira essa característica... – da personalidade forte de Dilma, e de seu direito em mexer no ministério sempre que necessário. Os tolos parecem não saber que se Lula quisesse um “poste” ou fantoche, JAMAIS TERIA ESCOLHIDO DILMA PARA SUCEDÊ-LO! Não compreendem que a lealdade inquestionável de Dilma não é posta à prova, quando exerce seu também inquestionável direito, como presidente, de governar segundo sua consciência.

O episódio “Privataria...” foi como o “fechar o caixão” da coerência e dignidade de uma mídia que desonra há anos a palavra JORNALISMO, e em seu desespero e confusão mental, dão mesmo a impressão de que não sabem mais como se conduzir dentro da profissão que escolheram.

Termino dizendo algo que parece incoerente, mas não é. O mais indigno adversário, só mantém alguma legitimidade, quando dentro da sua indignidade ele se reserva ALGUMA DIGNIDADE, ALGUMA VERDADE, ALGUMA IDEOLOGIA. Na velha parábola do rei nu, equivale a dizer que um rei ainda é rei, se ao menos não está nu aos olhos do seu povo.

É nesse aspecto que digo que a mídia morreu, mesmo que dêem a volta por cima, no sentido mercadológico, de triplicarem suas vendas, de causarem a queda de trinta ministros. Estão nus! Ao perderem a verdade do jornalismo de vez, toda e qualquer coerência, toda ou qualquer dignidade, ao se focarem EXCLUSIVAMENTE EM ATACAR O GOVERNO E DEFENDER SEUS ALIADOS POLÍTICOS, assumem-se publica e definitivamente, como PANFLETOS, panfletos de papel, panfletos televisivos, panfletos milionários, de alta penetração na sociedade, e com toda uma roupagem tecnológica e de aparência profissional, tentando desesperadamente mostrar o que já não são.

2011, para mim, estará sempre marcado, como o ano em que a grande mídia morreu.

 

 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Serra Privateiro, agora em Cordel

Pobre Serra, agora também em Cordel - DoLaDoDeLá

 

Pobre Serra, agora também em Cordel



PRIVATARIA TUCANA
por Silvio Prado in As árvores...


 

"Caiu a casa tucana

 

Do jeito que deveria


E agora nem resta pó


Pois tudo na luz do dia


Está tão claro e exposto


E o que ninguém sabia


Surge revelado em livro


Sobre a tal privataria.


 

"Amauri Ribeiro Junior

 

Um jornalista mineiro


Em mais de 300 páginas


Apresenta ao mundo inteiro


A nobre arte tucana


De assaltar o brasileiro


Pondo o Brasil à venda


Ao capital estrangeiro.

 



 

"Expondo a crua verdade

 

Do Brasil privatizado


O livro do jornalista


Não deixa ninguém de lado


Acusa Fernando Henrique


Gregório Marin Preciado


Serra e suas mutretas


E o assalto ao Banestado.

 



 

"Revelando em detalhes

 

Uma quadrilha em ação


O relato jornalístico


Destrói logo a ficção


De que político tucano


É homem de correção


Mostrando que entre eles


O que não falta é ladrão.

 



 

"Doleiros e arapongas

 

Telefone grampeado


Maracutaias financeiras


Lavagem por todo lado


Dinheiro que entra e sai


Além de sigilo quebrado


Obra de gente tucana


Na privatização do Estado.

 



 

"Parece mas não é

 

Ficção esse relato


Envolvendo tanta gente


E homens de fino trato


Que pra roubar precisaram


Montar um belo aparato


Tomando pra si o Estado


Mas hoje negam o fato.

 



 

"Tudo isso e muito mais

 

Coisas de uma gente fina


Traficantes de influência


E senhores da propina


Mostrando como se rouba


Ao pivete da esquina


E a cada negócio escuso


Ganhando de novo na quina.

 



 

"Se tudo isso não der

 

Pra tanta gente cadeia


Começando por Zé Serra


Cuja conta anda cheia


O Brasil fica inviável


A coisa fica mais feia


Pois não havendo justiça


O povo se desnorteia

 



 

"Com CPI já pensada

 

Na câmara dos deputados


Não se fala outra coisa


No imponente senado


Onde senhores astutos


E tão bem engravatados


Sabem que o bicho pega


Se tudo for investigado.

 



 

"Por isso, temos tucanos

 

Numa total caganeira


No vaso se contorcendo


Às vezes a tarde inteira


Mesmo com a velha mídia


Sua indiscreta parceira


Pelo silêncio encobrindo


Outra grande roubalheira.

 



 

"São eles amigos da Veja

 

Da Folha e do Estadão,


Da Globo e da imprensa


Que distorce a informação


Blindando tantas figuras


Que tem perfil de ladrão


Mostrando-os respeitáveis


Como gente e cidadão.

 



 

"Pois essa mídia vendida

 

Deles eterna parceira


E que se diz democrática


Mas adora bandalheira


Ainda não achou palavras


E silenciosa anda inteira


Como se fosse possível


Ignorar tanta sujeira.

 



 

"Ela que tanto defende

 

A liberdade de imprensa


Mas somente liberdade


Pra dizer o que compensa


Não ferindo interesses


Tendo como recompensa


Um poder exacerbado


Que faz toda a diferença.

 



 

"Mas neste livro a figura

 

Praticamente central


Sujeito rei das mutretas


Um defensor da moral


É o impoluto Zé Serra


Personagem que afinal


Agora aparece despido


Completamente venal.

 



 

"É o próprio aparece

 

Sem retoque nem pintura


Tramando nos bastidores


Roubando na cara dura.


É o Zé Serra que a mídia


Esconde e bota censura


Para que o povo não veja


A sua trágica feiúra.

 



 

"E ele sabe e faz tudo

 

No reino da malandragem


Organiza vazamentos


Monta esquema de lavagem


Ensina a filha e o cunhado


As artes da trambicagem


E como bandido completo


Tenta preservar a imagem.

 



 

"Mas agora finalmente

 

Com a casa já no chão


E exposta em detalhes


Tão imensa podridão


Que nosso país invadiu


Com a privatização


Espera-se que Zé Serra


Vá direto pra prisão.

 



 

"E pra não ficar sozinho

 

Que ele vá acompanhado


Do Fernando ex-presidente


Mais o genro dedicado


Marido da filha Mônica


E outro homem devotado


Ricardo Sergio Oliveira


E também o Preciado.

 



 

"Completando o esquema

 

Deixando lotada a prisão


Ainda cabe o Aécio


Jereissati e algum irmão


Nunca esquecendo o Dantas


Que só rouba de bilhão


E traz guardado no bolso


O tal Gilmar canastrão.

 



 

"Como estamos em época

 

De Comissão da Verdade


Que se investigue a fundo


E não se tenha piedade


Dos que usaram o Estado


Visando a finalidade


De praticar tanto crime


E ficar na impunidade.

 



 

"Tanto roubo descarado

 

Provado em documento


Não pode ser esquecido


E ficar sem julgamento


Pois lesou essa nação


Provocando sofrimento


A quem sofre e trabalha


Por tão pouco vencimento.

 



 

"Que o livro do Amauri

 

Maior presente do ano


Seja lido e comentado


Sem reservas nem engano


Arrebentando o esquema


Desse grupo tão insano


Abrindo cela e cadeia.


Pra todo bandido tucano."

 

 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Privataria vence a mídia!

Altamiro Borges: UOL confessa sucesso da “privataria”

 

UOL confessa sucesso da “privataria”

Por Altamiro Borges



Meio a contragosto, o portal UOL publica hoje que “o livro ‘A privataria tucana’, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., alcançou o topo do ranking dos livros mais vendidos do site especializado em mercado editorial PublishNews. O site contabiliza as vendas em 12 livrarias – Argumento, Cultura, Curitiba, Fnac, Laselva, Leitura, Martins Fontes, Nobel, Saraiva, Super News, Travessa e da Vila”.



Demorou, mas a famiglia Frias – dona do UOL e da Folha serrista – deu o braço a torcer. Ela evitou tratar do assunto, sequer deu capa para o registro do pedido de criação da CPI da privataria, desdobramento do livro. Seus colunistas mais famosos seguiram as ordens do patrão e até agora não resenharam a obra. Mesmo assim, o livro virou best-seller e o UOL finalmente deu a notícia.



“Supostas irregularidades”



Segundo os jornalistas Guilherme Balza e Debora Melo, o livro lançado em 09 de dezembro “aponta supostas irregularidades nas privatizações ocorridas durante os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O livro afirma também que amigos e parentes de José Serra mantiveram empresas em paraísos fiscais e movimentaram milhões de dólares entre 1993 e 2003”.



A reportagem constatou que entre 12 e 18 de dezembro – última contagem da PublishNews – foram vendidos 9.032 exemplares do livro, que ficou atrás somente da biografia de Steve Jobs, da ficção de Jô Soares e da obra do italiano Umberto Eco. Na semana anterior, o livro de Amaury Ribeiro já tinha vendido 2.414 exemplares em apenas três dias.



A força das redes sociais



“Segundo a Geração Editorial, que publicou o livro, a primeira edição teve uma tiragem de 15 mil exemplares, que se esgotou na editora. Foram reimpressas 60 mil unidades, já que, de acordo com a Geração Editorial, cerca de 50 mil já tinham sido vendidos às livrarias antes de o lote checar à editora”, descrevem os jornalistas do UOL.



A Fnac relata que os exemplares da primeira edição se esgotaram em três dias. “A livraria comparou as vendas de ‘A privataria...’, nos primeiros dias após o lançamento, às de grandes apostas editoriais do ano, como a biografia de Jobs e o último livro de Jô Soares... A Fnac atribui a grande procura pelo livro à repercussão dada ao título nas redes sociais”.



Derrota dos “grandes veículos”



“Já Saraiva afirmou que, para um período de cinco dias, o livro bateu o recorde histórico de encomendas na Saraiva.com. A empresa aponta que as vendas foram impulsionadas pelo destaque que o título ganhou nas redes sociais. Na Livraria da Folha, a obra foi a mais vendida entre todas as categorias na semana de 19 a 26 de dezembro”.



Entrevistado pela UOL, Amaury Ribeiro também se disse surpreso com o sucesso da vendagem. “Ninguém esperava. Os editores não esperavam, as livrarias não esperavam”, disse. “As redes sociais têm participação importante. Hoje já não se precisa mais de repercussão em programas de TV, em grandes veículos”, afirmou.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"PiG Privata, Capitalista e selvagem"

Você já ouviu a música "PiG Privata, Capitalista e selvagem"? - Yahoo! Respostas

Desde os primórdios

Até hoje em dia

O PiG ainda faz

As suas patifarias

Não tinha internet

Eu não sabia

Que o PiG criava

E também destruía...



PiG Privata

Capitalisma e Selvagem

Oh! Oh! Oh!...(2x)



Eu aprendi

Noticia é um jogo

Só chega pra ti

O que interessa pra Globo

Se o Serra morrer

Não vai pro céu

O Collor aprendeu

Que o PiG é cruel...



PiG Privata

Capitalisma e Selvagem

Oh! Oh! Oh!...(2x)



Eu só perdi

Nesta privada

Eu só perdi

Eu só perdi...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Veja apronta de novo: "A Privataria Tucana" não aparece no ranking da Veja.

Veja manipula mais uma vez sua lista de livros | Brasilianas.Org

 

Veja manipula mais uma vez sua lista de livros


 Do Comunique-se


Na lista dos mais vendidos nas livrarias, "A Privataria Tucana" não aparece no ranking da Veja

O livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, está entre os dez mais vendidos em livrarias e sites de literatura. No entanto, na lista dos 20 mais vendidos da revista Veja, a publicação não aparece em nenhuma das posições.
Segundo as livrarias CulturaPublifolha e Saraiva, além do site especializado Publishnews, o livro que divulga possíveis irregularidades cometidas por integrantes do PSDB figura na 2ª posição, na categoria não-ficção, perdendo apenas para o livro Steve Jobs,  de Walter Isaacson. A obra de Ribeiro Jr aparece em 10º lugar na lista anual da Fnac. 


No lugar em que deveria aparecer A Privataria Tucana, a Veja destaca o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch. Nas outras listas, o livro de Narloch aparece apenas na 15ª posição.

Veja_mais_lidos2

Livro não aparece em nenhuma das 20 posições da Veja

Privataria Tucana, editado pela Geração Editorial, é resultado de 12 anos de trabalho do ex-repórter do jornal O Globo e Estado de Minas, que acabou indiciado pela Polícia Federal por suspeita de participar de um grupo que tentou quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos.

Segundo o jornalista, Serra tentou investigar detalhes da vida política de Aécio Neves, do mesmo partido, já que os dois disputavam internamente a candidatura à presidência da República, nas eleições de 2010. Irritado com a repercussão, Serra negou as acusações descritas na obra e chegou a chamar o livro de “lixo”.

Procurada pelo Comunique-se, a revista Veja preferiu não se pronunciar.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Aécio quebrou MG. E quer ser candidato em 2014?

Crise externa e greve afetam governo de MG | Valor Econômico

 

Crise externa e greve afetam governo de MG

Por Marcos de Moura e Souza, Caio Junqueira e Murillo Camarotto | De Belo Horizonte, Brasília e Recife
O choque de gestão em Minas Gerais não será suficiente para garantir folga nas contas públicas em 2012. Estudo do Tribunal de Contas do Estado mostra que Minas terá que elevar de 13% para 16,8% o comprometimento da receita com o pagamento da dívida com a União. Esse aperto ocorre num momento em que a economia mineira, excessivamente concentrada em commodities, enfrenta - de maneira mais dura que o restante do país - a crise global. O gargalo na economia e uma greve de 112 dias na educação abalaram a imagem do governador Antonio Anastasia (PSDB).

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Serra quis bater em deputado ligado a Aécio.

Cerra quis bater em deputado aecista | Conversa Afiada

 

Cerra quis bater
em deputado aecista


Foi em Belo Horizonte.

Presentes, o Padim Pade Cerra, o deputado Eduardo Azeredo, pai do mensalão e primeiro beneficiário do valeriodantas, e o deputado federal Rodrigo de Castro, secretário geral do PSDB e homem de confiança de Aécio Never.

Cerra se exalta aos poucos – é o que descreve o passarinho que pousou na janela lá de casa – e, passo a passo, acusa Aécio e o jornal O Estado de Minas de destruírem a vida da filha dele, Verônica, sócia da irmã de Daniel Dantas, o banqueiro condenado.

Azeredo e Castro tentam ponderar, mas Cerra se exalta.

Cerra se exalta e passa a se referir a Aécio e ao Estado de Minas de forma deselegante (para dizer pouco).

Azeredo e Castro defendem Aécio e o jornal.

Como se sabe, o livro “A Privataria Tucana” começou com uma denúncia do Aécio ao Estado de Minas: Cerra e seus arapongas liderados pelo Marcelo Itagiba querem me pegar.

O jornal incumbiu o repórter Amaury Ribeiro Junior de ir atrás da denúncia, não a publicou a pedido do Aécio, mas aí nasceu o best seller.

Quanto mais Castro e Azeredo defendiam Aécio e o Estado de Minas, mas o Cerra ficava bravo.

E partiu para cima dos dois.

Ia para o ataque físico, mesmo.

Gênero MMA, mesmo !

Foi uma confusão.

Tiveram que segurar o Cerra.

Em tempo: Cerra e Aécio não se cumprimentam.


Paulo Henrique Amorim

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Jornalista da Folha rompe o silêncio.... vai perder o emprego.

VLADIMIR SAFATLE O inimigo da moral O maior inimigo da moralidade não é a imoralidade, mas a... (Twextra)

 

VLADIMIR SAFATLE

O inimigo da moral

O maior inimigo da moralidade não é a imoralidade, mas a parcialidade.

O primeiro atributo dos julgamentos morais é a universalidade. Pois espera-se de tais julgamentos que sejam simétricos, que tratem casos semelhantes de forma equivalente. Quando tal simetria se quebra, então os gritos moralizadores começam a soar como astúcia estratégica submetida à lógica do "para os amigos, tudo, para os inimigos, a lei".

Devemos ter isso em mente quando a questão é pensar as relações entre moral e política no Brasil. Muitas vezes, a imprensa desempenhou um papel importante na revelação de práticas de corrupção arraigadas em vários estratos dos governos. No entanto houve momentos em que seu silêncio foi inaceitável.

Por exemplo, no auge do dito caso do mensalão, descobriu-se que o esquema de corrupção que gerou o escândalo fora montado pelo presidente do maior partido de oposição. Esquema criado não só para financiar sua campanha como senador mas (como o próprio afirmou em entrevista à Folha) também para arrecadar fundos para a campanha presidencial de seu candidato.

Em qualquer lugar do mundo, uma informação dessa natureza seria uma notícia espetacular. No Brasil, alguns importantes veículos da imprensa simplesmente omitiram essa informação a seus leitores durante meses.

Outro exemplo ilustrativo acontece com o metrô de São Paulo. Não bastasse ser uma obra construída a passos inacreditavelmente lentos, marcada por adiamentos reiterados, com direito a acidentes mortais resultantes de parcerias público-privadas lesivas aos interesses públicos, temos um histórico de denúncias de corrupção (caso Alstom), licitações forjadas e afastamento de seu presidente pela Justiça, que justificariam que nossos melhores jornalistas investigativos se voltassem ao subsolo de São Paulo.

Agora volta a discussão sobre o processo de privatização do governo FHC. Na época, as denúncias de malversações se avolumaram, algumas apresentadas por esta Folha. Mas vimos um festival de "engavetamento" de pedidos de investigação pela Procuradoria-Geral da União, assim como CPIs abortadas por manobras regimentais ou sufocadas em seu nascedouro. Ou seja, nada foi, de fato, investigado.

O povo brasileiro tem o direito de saber o que realmente aconteceu na venda de algumas de suas empresas mais importantes. Não é mais possível vermos essa situação na qual uma exigência de investigação concreta de corrupção é imediatamente vista por alguns como expressão de interesses partidários. O Brasil será melhor quando o ímpeto investigativo atingir a todos de maneira simétrica.

 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O livro que calou a mídia

O ano em que um livro desmascarou a imprensa | Ricardo Kotscho - R7.com

 

privatariatucana blogs21 O ano em que um livro desmascarou a imprensa

 

"Se a Gazeta Esportiva não deu, ninguém sabe o que aconteceu".

(Slogan de um antigo jornal de São Paulo, nos tempos pré-internet, que ainda inspira muitos jornalistas brasileiros).

***

Daqui a cem anos, quando os historiadores do futuro contarem a história da velha mídia brasileira, certamente vão reservar um capítulo especial para o que aconteceu em 2011.

Foi o ano em que um livro desmascarou o que ainda restava de importância e influência da chamada grande imprensa na formação da opinião pública brasileira.

O suicídio coletivo foi provocado pelo lançamento de um livro polêmico, A Privataria Tucana, do premiado repórter Amaury Ribeiro Júnior, com denúncias sobre o destino dado a bilhões de reais na época do processo de privatização promovido nos anos FHC.

Como envolve personagens do alto tucanato em nebulosas viagens de dinheiro pelo mundo, o livro foi primeiro ignorado pelos principais veículos do país, com exceção da revista "Carta Capital" e dos telejornais da Rede Record.

Nos dias seguintes, os poucos que se atreveram a tocar no assunto se limitaram a detonar o livro e o seu autor. Sem entrar no mérito da obra, o fato é que, em poucos dias, A Privataria Tucana alcançou o topo dos livros mais vendidos do país e invadiu as redes sociais, tornando-se tema dominante nas rodas de conversa do Brasil que tem acesso à internet. .

No final de semana, o fenomeno editorial apareceu nas listas de jornais e revistas, mas não mereceu qualquer resenha ou reportagem sobre o seu conteúdo.

Em 47 anos de trabalho nas principais redações da imprensa brasileira, com exceção da revista "Veja", nunca tinha visto nada igual, nem mesmo na época da ditadura militar, quando a gente não era proibido de escrever, apenas os censores não deixavam publicar.

Foi como se todos houvessem combinado que o livro simplesmente não existiria. Esqueceram-se que há alguns anos o mundo foi revolucionado por um negócio chamado internet, em que todos nos tornamos emissores e receptores de informações, tornando-se impossível esconder qualquer notícia.

O que mais me espantou foi o silêncio dos principais colunistas e blogueiros do país _ falo dos profissionais considerados sérios _, muitos deles meus amigos e mestres no ofício, que sempre preservaram sua independência, mesmo quando discordavam da posição editorial da empresa onde estão trabalhando. Nenhum deles ousou escrever, nem bem nem mal, sobre A Privataria Tucana, com a honrosa exceção de José Simão.

Alguns ainda tentaram dar alguma desculpa esfarrapada, como falta de tempo para ler e investigar os documentos publicados no livro, mas a grande maioria simplesmente saiu por aí assobiando e mudando de assunto.

O que aconteceu? Faz algum tempo, as entidades representativas da velha mídia criaram o Instituto Millenium, uma instituição voltada à defesa dos seus interesses e negócios, o que é muito justo.

Sob a bandeira da "defesa da liberdade de expressão", segundo eles sempre ameaçada por malfeitores do PT e de setores do governo federal, os barões da mídia promoveram vários saraus para denunciar os perigos que enfrentavam. O principal deles, claro, era "a volta da censura".

Pois a censura voltou a imperar escandalosamente na semana passada, só que, desta vez, não promovida por orgãos do Estado, mas pelas próprias empresas jornalísticas abrigadas no Millenium, que decidiram apagar do mapa, não uma reportagem ou uma foto, mas um livro.

O episódio certamente será um divisor de águas no relacionamento entre a grande imprensa e seus clientes. Por mais que cada vez menos gente acreditasse nessa conversa, seus porta-vozes sempre insistiam em garantir que a mídia grande era independente, apartidária, isenta, preocupada apenas em contar o que está acontecendo e denunciar os malfeitos do governo, em defesa do interesse nacional e da felicidade de todos.

Agora, caiu definitivamente a máscara. Neste final de semana, ouvi de várias pessoas, em diferentes ambientes, que vão cancelar assinaturas de publicações em que não confiam mais.

Como jornalista ainda apaixonado pela profissão, fico triste com tudo isso, mas não posso brigar com os fatos. Foi vergonhoso ver o que aconteceu e não deu para esconder. Graças à internet, todo mundo ficou sabendo.

E agora? O que vão dizer aos seus ouvintes, leitores e telespectadores?

 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Tucanos no buraco, Dilma no céu.

Tijolaço – O Blog do Brizola Neto » Blog Archive » A mídia range os dentes: Dilma segue inabalável

 

Saíram os números da pesquisa Ibope/CNI, que ouviu 2002 pessoas, a partir de 16 anos, entre os dias 2 e 5 deste mês.

E os resultados são mais que animadores para a presidenta Dilma Rousseff. A avaliação de que seu governo  “ótimo” ou

“bom” aumenta de 51% para 56%. E o “ruim/péssimo” caiu para apenas 9%, o menor desde julho.

E a população, que não acredita dos ” urubus do mercado” está otimista: a expectativas com relação ao restante do governo Dilma também melhoram: 59% acreditam que o restante do governo será “ótimo” ou “bom”.

Mais dados:  72% da população aprovam a maneira de governar da presidente Dilma, praticamente a mesma proporção apurada em setembro. E 68% dos eleitores entrevistados confiam na presidente Dilma e 26% não confiam.

Mais de dois terços (69%) acham que o governo Dilma é igual ao Governo Lula (57%), ou mellhor (12%).

Os resultados completos da pesquisa podem ser baixados aqui, em pdf.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Está aberta as portas do inferno para o PSDB

Protógenes consegue abrir CPI da Privataria Tucana – Blog do Esmael

 

Protógenes consegue abrir CPI da Privataria Tucana

O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) conseguiu reunir o número de assinaturas necessárias para abrir a CPI da Privataria Tucana.

Com o apoio do colega Brizola Neto (PDT-RJ), Protógenes arregimentou 172 assinaturas de apoio, portanto, uma a mais do necessário.

O foco das investigações será as privatizações no governo de FHC e a participação do ex-ministro do Planejamento e ex-governador José Serra na privataria.

O que Serra e FHC e Fernandinho Beira-Mar tinham em comum?

BLOG DO MELLO

 


 

 

 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

 

O que o caixa de campanha de Serra e FHC e Fernandinho Beira-Mar tinham em comum

 

Reportagem de Amaury Ribeiro Jr (autor da Privataria Tucana), publicada em 12 de fevereiro de 2003 pela revista Isto É, mostra duas coisas.

  • Primeira: Amaury pesquisa e escreve sobre a privataria tucana há muito tempo. O material para o livro é fruto de seu trabalho como jornalista investigativo há pelo menos dez anos. Falar em dossiê de campanha, como diria certo candidato, é trololó.
  • Segunda: Pelo menos uma coisa havia em comum entre o esquema do caixa das campanhas de FHC e Serra, Ricardo Sergio de Oliveira, e o mega-traficante Fernandinho Beira-Mar: o doleiro Alberto Youssef.

Nessa reportagem, Amaury mostra que a certeza da impunidade tucana era tanta que eles chamaram a conta que recebia os recursos desviados do Brasil de "Tucano":


"Os peritos descobriram que todo o dinheiro enviado por Ricardo Sérgio ia parar na camuflada conta número 310035, no banco Chase Manhattan também em Nova York (hoje JP Morgan Chase), batizada com o intrigante nome “Tucano”. De acordo com documentos obtidos por ISTOÉ, em apenas dois dias – 15 e 16 de outubro de 1996 – a Tucano recebeu US$ 1,5 milhão. A papelada reunida pelos peritos indica que o nome dado à conta não é uma casualidade."



As investigações revelaram que o ex-caixa de campanha do PSDB movimentou US$ 56 milhões por intermédio de contas no Banestado dos EUA, somente entre os anos de 1996 e 1997.



A seguir, a reportagem completa de Amaury Ribeiro Jr, com a colaboração de Sônia Filgueiras e Weiller Diniz.


Conta Tucano



Documentos a que ISTOÉ teve acesso começam a esclarecer por que o laudo de exame financeiro nº 675/2002, elaborado pelos peritos criminais da PF Renato Rodrigues Barbosa, Eurico Montenegro e Emanuel Coelho, ficou engavetado nos últimos seis meses do governo FHC, quando a instituição era comandada por Agílio Monteiro e Itanor Carneiro. Nas 1.057 páginas que detalham todas as remessas feitas por doleiros por intermédio da agência do banco Banestado em Nova York está documentado o caminho que o caixa de campanha de FHC e do então candidato José Serra, Ricardo Sérgio Oliveira, usou para enviar US$ 56 milhões ao Exterior entre 1996 e 1997. O laudo dos peritos mostra que, nas suas operações, o tesoureiro utilizava o doleiro Alberto Youssef, também contratado por Fernandinho Beira- Mar para remeter dinheiro sujo do narcotráfico para o Exterior. Os peritos descobriram que todo o dinheiro enviado por Ricardo Sérgio ia parar na camuflada conta número 310035, no banco Chase Manhattan também em Nova York (hoje JP Morgan Chase), batizada com o intrigante nome “Tucano”. De acordo com documentos obtidos por ISTOÉ, em apenas dois dias – 15 e 16 de outubro de 1996 – a Tucano recebeu US$ 1,5 milhão. A papelada reunida pelos peritos indica que o nome dado à conta não é uma casualidade.



Os dois responsáveis pela administração da dinheirama, segundo a perícia, são figurinhas carimbadas nos principais escândalos envolvendo o processo de privatização das teles e auxiliares diretos de Ricardo Sérgio: João Bosco Madeiro da Costa, ex-diretor da Previ (o fundo de pensão do Banco do Brasil) e ex-assessor do caixa tucano na diretoria internacional do BB, e o advogado americano David Spencer. A perícia revela ainda que Spencer é procurador de Ricardo Sérgio em vários paraísos fiscais. Ao perseguir a trilha do dinheiro, os peritos descobriram que os milhões de Ricardo Sérgio deixavam o País por intermédio de uma rede de laranjas paraguaios e uruguaios contratados por Youssef e eram depositados na conta 1461-9, na agência do Banestado em Nova York antes de pousar na emplumada Tucano, que contava com uma proteção especial para dificultar sua localização. Ela estava registrada dentro de outra conta no Chase em nome da empresa Beacon Hill Service Corporation. De lá, o dinheiro era distribuído para contas de Ricardo Sérgio e de João Bosco em paraísos fiscais no Caribe.



A perícia traz outras provas contundentes. A PF conseguiu comprovar que parte do dinheiro enviado por intermédio do Banestado retornou ao Brasil para concretizar negócios desse mesmo grupo. Segundo o laudo, o dinheiro voltava embarcado em uma conta-ônibus junto com recursos de várias offshores (empresas em paraísos fiscais com proprietários sigilosos) operada pelo próprio João Bosco. Os peritos conseguiram, por exemplo, identificar o retorno de US$ 2 milhões utilizados para comprar um apartamento de luxo no Rio de Janeiro em nome da Rio Trading, uma empresa instalada nas Ilhas Virgens Britânicas. Foram rastreados também imóveis em nome da Antar, sediada no mesmo paraíso, em nome de Ronaldo de Souza, que, segundo a PF, é sócio, procurador e testa-de-ferro de Ricardo Sérgio. Pelas características dos depósitos, que eram frequentes, suspeita-se que, por esse mesmo duto de lavagem, também passaram contribuições de campanha. Além disso, Youssef tinha em sua carteira principalmente dois tipos de clientes: narcotraficantes e políticos. O laudo concluiu ainda que Ricardo Sérgio, enquanto ocupava o cargo de diretor internacional do BB, ajudou a montar o esquema bancário que operava com dinheiro de doleiros na fronteira, depois transferido para a agência nova-iorquina do Banestado.



Os documentos anexados ao laudo provam o envolvimento do advogado e procurador de Ricardo Sérgio, David Spencer, na abertura e movimentação da conta 1461-9, em nome da empresa June International Corporation. Um ofício do gerente do Banestado, Ercio Santos, encaminhado ao doleiro Youssef em 20 de agosto de 1996, atribui a Spencer a responsabilidade pela abertura da conta. “Segue cópia dos documentos referentes à abertura da June, em 8 de agosto de 1996. Recebemos hoje do David Spencer”, diz a primeira linha da correspondência na qual Ercio informa Youssef a respeito dos procedimentos para movimentação da conta. Na carta, Youssef é tratado intimamente por “Beto” e, ao se despedir, o gerente manda “um grande abraço”. Ercio Santos sabia que mexia com dinheiro sujo. Informa, no documento, que preferiu não enviar selo da June por malote para não chamar a atenção. O selo, uma espécie de carimbo metálico, traz a identificação da empresa no paraíso fiscal onde foi instalada. A perícia comprovou também que, além do dinheiro do tucanato, Spencer ajudou a lavar recursos desviados do Banco Noroeste e do Nacional. Casado com uma brasileira, o americano conheceu Ricardo Sérgio no Brasil quando o ex-diretor do BB ocupava um cargo de direção no Citibank. Por falar português fluentemente, tornou-se advogado

de banqueiros brasileiros no Exterior.



Como procurador de Ricardo Sérgio, conforme o relatório, Spencer abriu em 1989 a empresa Andover International Corporation nas Ilhas Virgens Britânicas. Spencer – que era também tabelião em Nova York – tinha respaldo legal para fechar as compras de imóveis no Brasil em nome das empresas offshore de Ricardo Sérgio e sua turma, mantendo os nomes dos verdadeiros donos em sigilo. Em uma dessas operações em 1989, por exemplo, Spencer lavrou uma procuração em nome do engenheiro Roberto Visneviski, outro sócio do tesoureiro tucano, para representar a empresa Andover na compra de um conjunto de salas na avenida Paulista, avaliado em R$ 1 milhão. Para especialistas em lavagem de dinheiro, a operação é suspeita porque Visneviski assina duas vezes a transação: como vendedor e como comprador. “Obviamente, a Andover é do próprio Ricardo Sérgio. Foi uma operação clássica de internação de dinheiro”, avalia o jurista Heleno Torres, um especialista na investigação de operações de lavagem. Essa é apenas uma das 137 contas que já estão periciadas nos inquéritos. Por elas trafegaram US$ 30 bilhões. A polícia calcula que mais de 90% dessa montanha de dinheiro é ilegal, mais da metade resultado de sonegação de impostos através de caixa 2.



Reação – As denúncias publicadas na última edição de ISTOÉ que revelaram a sangria via Banestado caíram como uma bomba dentro do governo. Já no sábado 1º, um assessor direto do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, procurou o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, pedindo informações sobre o laudo. Depois de conversar com o delegado Antônio Carlos Carvalho de Souza, atual responsável pelo caso, e com os peritos que trabalharam no escândalo, Lacerda comandou o reagrupamento de todos os policiais que já participaram da operação. Na quinta-feira 6, o chefe da PF reuniu a equipe e determinou a criação de uma força-tarefa da PF em parceria com o Ministério Público e com a Justiça. Além de Carvalho, o delegado José Francisco Castilho Neto e os peritos Eurico Montenegro e Renato Rodrigues, que buscaram junto ao FBI e organizaram toda a documentação existente hoje no Brasil, estão de volta às investigações. Os três haviam sido colocados na geladeira durante a administração tucana na PF. “É o maior caso de evasão de divisas que eu conheço”, admitiu Lacerda na quinta-feira 6. “Vamos investigar tudo e não cederemos a pressões de qualquer natureza”, adverte o ministro Márcio Thomaz Bastos, antecipando-se a eventuais novos nomes que o dossiê-bomba da PF venha a revelar.



O grupo, reforçado por dois escrivãos, voltará aos EUA nas próximas semanas para buscar os documentos que trazem as movimentações bancárias no biênio 1998-1999. Até agora, o trabalho dos peritos foi um exercício de abnegação. “O número de peritos é pequeno para o volume de informações que está sendo investigado”, diz o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Roosevelt Júnior. A divulgação do laudo também provocou uma corrida de procuradores que investigam separadamente casos de lavagem em vários Estados. O procurador Guilherme Schelb, que apura outros casos de lavagem, pediu o bloqueio das três contas suíças do contrabandista e traficante foragido João Arcanjo Ribeiro. O procurador Luís Francisco de Souza, que rastreia os passos de Ricardo Sérgio, também quer ter acesso aos laudos produzidos pela PF. O cearense José Gerin não perdeu tempo. Desembarcou em Foz do Iguaçu esta semana para buscar detalhes sobre a quadrilha de doleiros que opera na região Nordeste, entre eles Wilson Roberto Landim, preso há duas semanas, que, pelos documentos, remeteu para o Exterior quase US$ 1 milhão em apenas seis meses.



OS BONS COMPANHEIROS



Principal articulador da formação dos consórcios que disputaram

o leilão das empresas de telecomunicações, o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, saiu das sombras do tucanato ao ser captado num grampo do BNDES em que dizia ao ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros que iria conceder uma carta de fiança ao consórcio coordenado pelo

Banco Opportunity. “Estamos agindo no limite da irresponsabilidade”, disse Ricardo Sérgio no grampo.



Depois da revelação, Ricardo Sérgio passou a sofrer uma série de investigações no MP e na PF. Acusado de receber propina de empresas que participaram da privatização, Ricardo Sérgio está sendo investigado também por enriquecimento ilícito.



Ao assumir o cargo em 1994, convidou para chefe de gabinete o seu fiel escudeiro João Bosco Madeiro da Costa. Por indicação do ex-diretor do BB, Madeiro foi posteriormente para o cargo de diretor de investimentos da Previ, o milionário fundo de pensão do BB que participa do controle acionário da maior parte das teles privatizadas. Relatórios da Secretaria de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência, revelaram que Madeiro centralizava todo o poder de negociação do fundo com grandes empresas. Segundo o Ministério Público, Madeiro também é suspeito de enriquecimento ilícito.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

líder do PT, Humberto Costa , mostra hipocrisia tucana

Altamiro Borges: Privataria tucana: bate-boca no Senado

“É interessante como a oposição se posiciona nesta Casa. São os grandes arautos da moralidade, as vestais da honestidade, que tudo querem investigar. Sai uma nota num jornal, querem convocar o ministro para vir ao Congresso Nacional, pedem a abertura de uma CPI, vão para o Ministério Público. Agora, diante de um livro de 300 páginas, que tem 141 documentos sobre as coisas que estão aqui denunciadas, uma única palavra para se pedir apuração eu não ouço, eu não ouço por parte da oposição”.

Eu apoio o PSDB entrar na justiça contra Amaury

Tijolaço – O Blog do Brizola Neto » Blog Archive » Tucanos, enfim, vão negar o que diz Amaury

 

Anuncia o Blog do Noblat que o PSDB tem hoje uma reunião para definir as reações do partido aos documentos expostos no livro de Amaury Ribeiro Júnior.

Dizem que vão processar Amaury, claro.

Nenhuma palavra para negar o que está exposto das mais de 100 páginas documentais do livro.

Os processos, claro, vão dar de cara num instituto chamado “exceção da verdade”, que pode ser usado para provar que é verdadeiro aquilo que o ofendido diz ser calunioso, exceto quando quando o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; quando os fatos são imputados contra o Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro ou ainda se o ofendido foi absolvido do crime imputado por sentença irrecorrível.

Como a turma da privatização não está nos três casos – e o livro de Aamaury não atribui fato algum a FHC – ele poderá apelar para a exceção da verdade.

Aliás, foi isso o que lhe deu acesso, judicial, aos documentos da CPI do Banestado, onde estava o mapa da mina das transações da privataria.

Quem sabe se, com a ação do PSDB, Amaury não obtém mais alguns documentos, legalmente, como já fez no seu livro?

A forma do PSDB reagir é fazer o que ele quer, a todo o momento, contra o governo: uma CPI.

Aí, sim, os assuntos podem ser revelados, as pessoas ouvidas, os documentos requisitados e tudo assistido por quem deve ser o juiz destes fatos: o povo brasileiro.

Se não tem o que temer, como dizem, por que não fazer a CPI?