sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Quem está com Bolsonaro?

ÉPOCA – Paulo Moreira Leite » A nova imoralidade de Bolsonaro » Arquivo

 

A nova imoralidade de Bolsonaro

Talvez você se lembre do penúltimo ataque imoral do deputado Jair Bolsonaro. Ao criticar a cantora Preta Gil, valeu-se de argumentos racistas e homofóbicos. Alertado de que racismo é crime inafiançável, Bolsonaro fez um recuo estratégico. Disse que sua crítica era apenas anti-gay.

Agora, informado de que o governo pretende levar a discussão sobre o preconceito contra homossexuais às escolas — medida mais do que urgente diante das cenas de violencia que tem ocorrido pelo país — o capitão-soldado decidiu atacar mais uma vez.

Confirmando sua insuperável capacidade para aplicar golpes baixos, chega a insinuar que a presidente Dilma é homossexual, sugerindo que essa seria sua motivação para dar importância ao tema.

“Se gosta de homossexual, assuma. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma. Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau”, disse o deputado.

É um insulto aos brasileiros.

Inimigo da democratização do país, saudoso assumido do regime militar, Bolsonaro cultiva a técnica publicitária unir o preconceito à política. O pioneiro dessa estratégia foi Adolf Hitler. Ele não era inimigo de judeus. Nem inimigo de comunistas. Sua causa era combater o judaico-bolchevismo.

Com essa bandeira, Hitler fazia sucesso junto aos eleitores racistas. Ao mesmo tempo, abria porta nos salões aristocráticos que garantiram sua chegada ao poder como ultima esperança contra um regime de esquerda. De olho em recompensas materiais oferecidas pelo nazismo, senhores educatos fechavam os olhos para suas atrocidades.

A esperança de Bolsonaro é esta. Os homossexuais podem ser comparados aos judeus de nossa época de direitos e tolerancia civilizada.  São alvo do ódio de pessoas que sentem-se no direito de atacá-los a pauladas e até assassiná-los pelo simple fatos de serem como são. Não são atacados por suas idéias ou opiniões. Mas por serem de um jeito e não de outro.

A julgar pela reação que um pronunciamento tão vergonhoso provocou, o calculo do capitão-soldado não é inteiramente errado. O repúdio partiu de quem se esperava e mais nada.

Num país onde o conservadorismo convencional tornou-se uma religião de náufragos, o capitão-soldado apresenta-se como reserva técnica da extrema direita.

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