terça-feira, 16 de agosto de 2011

Senadores anunciam movimento de apoio à presidente Dilma. PSDB continua chorando!

Senadores anunciam movimento de apoio à presidente Dilma | Blog Dilma Rousseff

 

Senadores anunciam movimento de apoio à presidente Dilma

Dez senadores iniciaram ontem um movimento suprapartidário em apoio às medidas adotadas pela presidente Dilma Rousseff contra a corrupção.  Liderados por Pedro Simon (PMDB-RS), os parlamentares, a maior parte independente, defenderam que os órgãos de fiscalização e controle do governo continuem investigando as denúncias que envolvem os ministérios da Agricultura, dos Transportes e do Turismo. Simon, que classificou a sessão como uma “segunda-feira cívica”, comparou a iniciativa à instalação da ministérios da Agricultura, dos Transportes e do Turismo em 1987. A oposição pouco se manifestou na sessão, mas senadores do PSDB continuam defendendo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os casos surgidos recentemente.

A intenção do movimento é dar suporte à presidente para que ela não ceda à pressão de alguns setores da base governista, que ameaçam colocar em votação no Congresso projetos polêmicos para o governo — a maioria com peso no orçamento. Um deles é a Proposta de Emenda Constitucional 300, que fixa um piso salarial a policiais e bombeiros militares. O governo alega que, neste momento, a fixação de um salário único traria impactos profundos nas finanças públicas. Além disso, uma parte dos aliados do Palácio do Planalto quer a liberação imediata das emendas parlamentares.

“Presidente, apure o que deve ser apurado, não há nenhuma chantagem em cima da senhora para parar o que está fazendo”, afirmou Simon, que liderou o movimento encabeçado por vários senadores, inclusive Randolfe Rodrigues (PSol), que não pertence à base aliada. “Continue, com responsabilidade, seriedade, magnitude, espírito republicano. Mas continue”, acrescentou o parlamentar, o primeiro a discursar. A sessão de ontem teve poucos representantes da oposição, mas foi classificada por Simon como de muita importância: “Será o início de uma nova caminhada, singela, mas tão importante ou mais que as outras”.

O senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou que a sessão tinha uma importância fundamental para a Casa, ressaltando que o parlamento precisa de uma agenda propositiva. “Não podemos esperar os jornais de amanhã, temos que fazer algumas ações. Será que não é hora de fazer um apanhado de tudo que o Senado e a Câmara têm para combater a corrupção?”, indagou Viana a seus colegas. Ele se referia aos projetos que tramitam nas duas Casas e que tratam sobre o tema. “Está na hora de o Congresso fazer o que tem que ser feito”, disse Simon, concordando com seu colega.

Critérios técnicos

“A governabilidade não pode ser um grande acordo”, observou o senador Pedro Taques (PDT-MT). Ex-procurador da República em seu estado, o parlamentar atuou em diversos casos de combate à corrupção, inclusive contra parlamentares. Ele criticou a escolha de ministros por acordos políticos e sem critérios técnicos. “Quem disse que o ministro do Turismo é uma grande autoridade em turismo?”, ironizou o senador. Taques e sua colega Ana Amélia Lemos (PP-RS) ressaltaram que o apoio ao movimento em defesa das medidas da presidente Dilma não representava um alinhamento à chefe do Executivo, mas da defesa do combate à corrupção. “Estamos hipotecando solidariedade para que ela extirpe esse mal”, disse a parlamentar gaúcha.

O líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), não compareceu à sessão, enquanto que o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), só chegou cerca de quatro horas após a abertura dos trabalhos. Humberto Costa (PT-PE), que assumiu a liderança petista no Senado, discursou, falando sobre as realizações do governo.

Os oposicionistas pouco se manifestaram na sessão, que tinha apenas três de seus representantes. Defensor de uma CPI para apurar todos os casos de corrupção surgidos recentemente, Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que a comissão seria boa para a presidente. “Seria uma grande oportunidade para colaborar com ela”, observou Dias, ressaltando que a própria presidente não seria contra uma investigação pelo Congresso e que seria respeitada pela oposição. Alguns dos senadores que participam do movimento em favor das apurações das irregularidades também assinaram a criação da CPI. “A oposição não tem a intenção de inviabilizar o governo, mas estamos aqui para criticar e ajudar a dar soluções”, acrescentou o senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO).

Líderes ausentes

“Este seu discurso é para ser feito amanhã (hoje)”, disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em aparte, brincando com o colega Humberto Costa (PT-PE), que estava na contramão dos parlamentares, que só falavam de corrupção. Na mesma intervenção, o representante gaúcho voltou a cobrar a presença dos líderes da base aliada, principalmente do PMDB, que ainda não estavam em plenário, por volta das 16 horas. Simon, que lidera o movimento em favor da presidente, ficou na sessão até seu término, no início da noite.

PR ensaia recuo

O PR deve voltar atrás e repensar a decisão de deixar a base. O anúncio de “independência” do partido, tido como certo até a última sexta-feira, estava previsto para hoje. O ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR-AM) se pronunciará sobre o assunto pela tarde, mas se reúne antes com a titular das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e outros parlamentares do partido. Ela tentará convencê-los a ficar, com a promessa de reuniões mais frequentes e isonomia no tratamento às denúncias em ministérios aliados. Apesar de lideranças do PR ainda afirmarem que há uma tendência em deixar a base, admitiram que o movimento mais positivo vindo do Planalto muda a situação. Correio Braziliense,16/08/2011, Postado por Kely Girao

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