segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Malafaia, o pastor do Serra.

ÉPOCA – Paulo Moreira Leite » Pastor trata gays como bandidos » Arquivo

 

Pastor trata gays como bandidos

O repórter Eliseu Barreira Junior perguntou ao pastor Silas Malafaia como ele reagiria se um filho ou neto lhe dissesse que é gay. A resposta está na página 60 da revista ÉPOCA que se encontra nas bancas:

“Vou melhorar a tua pergunta, aprofundá-la. Se algum filho meu fosse assassino, se algun neto meu fosse traficante, se um filho meu fosse um serial killer e tivesse esquartejado 50 , continuaria o amando da mesma forma, mas reprovando sua conduta. Meu amor por uma pessoa não significa que apoie o que ela faz. Daria o Evangelho para ele, diria que Jesus transforma, que ele não nasceu assim, que é uma opção dele.”

Com essa declaração, Malafaia superou-se. Foi além do preconceito e da discriminação. Se delinquentes urbanos atacam gays com porretes de madeira e de aço, o pastor investe contra eles com o cacetete do moralismo. Não deixa manchas no corpo, mas ofende e produz sequelas de outro tipo. Desmoraliza a pessoa e estimula ações agressivas contra ela.

Comparar a orientação sexual de uma pessoa a um comportamento criminoso é um exercício autoritário e policialesco. Assassinos devem ser julgados e presos.

Gays devem ser respeitados como todas as pessoas, com seus deveres e direitos.Na medida em que são alvo da violencia e da discriminação, tem direito a defesa do Estado.

O esforço para criminalizá-los também revela o caráter provinciano de determinados representantes do conservadorismo brasileiro. Capazes de copiar o conservadorismo de outros países em atitudes que ficam perto da submissão, ao menos neste caso poderiam sintonizar-se com o que se passa em lugares que costumam ser vistos como modelo.

Nos Estados Unidos, até Dick Cheney, veterano políitco ultraconservador que foi o vice-presidente no governo de George W. Bush, engajou-se nas campanhas pelos direitos dos homossexuais. Cheney tem uma filha lésbica. Quando a vida lhe perguntou o que diria a ela, Cheney reagiu com maturidade e defendeu os direitos da filha em vez de acusá-la de ter feito uma “opção” errada.

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